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Dólar faz Bunge Brasil fechar no vermelho


A Bunge Brasil, controladora da Bunge Alimentos e Bunge Fertilizantes, encerrou 2002 com prejuízo de R$ 333 milhões, em relação ao lucro líquido de R$ 268 milhões em 2001. O desempenho só não foi inferior graças ao resultado favorável no quarto trimestre, quando foi registrado lucro de R$ 779,8 milhões, o que compensou parte do prejuízo acumulado até o terceiro trimestre, de R$ 1,113 bilhão.

A desvalorização do real, o endividamento em moeda estrangeira e a volatilidade cambial ocorrida ao longo de todo ano passado foram os principais fatores do resultado apresentado pela empresa. "Os empréstimos feitos pela controladora às suas controladas são feitos por um período longo e podem ser rolados", diz Milton Notrispe, diretor de relações com investidores da Bunge Brasil.

O executivo diz que do total da variação cambial que afetou o resultado do ano em R$ 1,52 bilhão, R$ 961,5 milhões não representaram desembolso de caixa e estão sujeitos ao comportamento futuro da taxa de câmbio. Deste total, R$ 720,9 milhões correspondem à parcela de variação cambial sobre empréstimos junto a controladora no exterior.

O faturamento bruto foi de R$ 13 bilhões, 35% superior ao de 2001. O aumento na faturamento é atribuído ao bom desempenho nas vendas das controladas (Fertilizantes e Alimentos), que aumentaram suas vendas. Com esse resultado a empresa se mantém como maior empresa de agronegócios do Brasil.

A Bunge Fertilizantes, que reúne as marcas Serrana e Manah, registrou em 2002 um lucro líquido de R$ 1 milhão. O resultado é, no entanto, inferior ao lucro de R$ 96 milhões de 2001. Já o faturamento bruto da controlada no ano passado foi de R$ 4,42 bilhões, 28,3% superior ao faturamento do ano anterior, quando foram registrados R$ 3,45 bilhões. "Tivemos um ganho na participação de mercado. No ano passado o mercado brasileiro movimentou 19 milhões de toneladas de fertilizantes e nossa participação foi de 30%. Mantivemos a liderança do mercado", diz Vital Lopes, diretor financeiro da Bunge Fertilizantes.

A elevação no faturamento é atribuída por Lopes ao aumento do volume comercializado e aos preços dos produtos que sofreram reajustes graças à elevação do dólar. "Não fizemos todos repasses necessários. Só repassamos o aumento de nossos custos e tivemos nossa margem pressionada pelos preços das matérias-primas", afirma Lopes, ao lembrar que 50% da matéria-prima utilizada na fabricação de fertilizantes é importada.

No segmento de alimentos, a Bunge registrou prejuízo de R$ 334 milhões no ano passado. O número é bem inferior aos R$ 158 milhões que a empresa teve de lucro em 2001. O faturamento bruto, por outro lado, cresceu 39,2%, elevando-se de R$ 6,15 bilhões em 2001 para R$ 8,57 bilhões em 2002.

"A maior parte de nossos investimentos já estarão maduros para aumentar o processamento de soja no início do segundo semestre deste ano. Queremos ampliar o esmagamento de soja este ano", afirma Sérgio Sabino, diretor financeiro da Bunge Alimentos. Sem informar os volumes, ele informa que o esmagamento em 2002 foi 21% superior ao de 2001. Já as aquisições da Bunge subiram 19%, enquanto a safra brasileira cresceu 9%. "Para este ano trabalhamos com safra entre 48 milhões e 50 milhões de toneladas."

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