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Dólar tem perda acentuada ante real após sinalização do BC

Às 10:44, o dólar recuava 1,56%, a 5,0932 reais na venda


Foto: Pixabay

O dólar operava em queda acentuada contra o real na manhã desta quinta-feira, com os agentes do mercado reagindo à mais recente sinalização do Banco Central de que seu compromisso de não subir os juros pode cair em breve, enquanto o anúncio para esta sessão de leilão de swaps tradicionais novos também chamava a atenção.

Às 10:44, o dólar recuava 1,56%, a 5,0932 reais na venda, enquanto o principal contrato de dólar futuro perdia 1,36%, a 5,101 reais.

A moeda norte-americana spot registrou na véspera ganho de 0,87%, a 5,1737 reais na venda.

O Banco Central manteve na quarta-feira a Selic na mínima histórica de 2% ao ano pela terceira vez consecutiva e destacou que, em função do quadro inflacionário, as condições para seu compromisso de não elevar os juros básicos podem em breve não estar mais satisfeitas.

“Uma primeira novidade no comunicado ficou por conta da supressão do trecho que apontava, anteriormente, haver um espaço remanescente, ainda que residual para queda da Selic”, disseram em notas analistas do Bradesco, opinando que “esse reposicionamento do BC tende a ser favorável para ancorar as expectativas”.

O patamar extremamente baixo da taxa foi um dos motivos para a disparada do dólar frente ao real no ano de 2020, uma vez que a redução do diferencial de juros entre o Brasil e outros países diminuiu a atratividade de rendimentos locais atrelados à Selic, prejudicando a entrada de fluxos.

Apesar de já ter deixado para trás as máximas do ano, o dólar ainda acumula ganho de cerca de 27% contra o real em 2020.

Enquanto isso, disse à Reuters Vanei Nagem, responsável pela Mesa de Câmbio da Terra Investimentos, o anúncio pelo BC de leilão de swaps novos, em vez de para rolagem, “deu uma refrescada no mercado”, somando-se ao comunicado do Copom.

O Banco Central fará nesta quinta-feira leilão de swap tradicional de até 16 mil contratos com vencimento em abril e agosto de 2021.

Segundo Nagem, essa colocação pode ter relação com o ‘overhedge’, uma proteção cambial adicional adotada por bancos que deixou de ser interessante depois de mudanças, anunciadas no começo do ano, em regras tributárias. Desfazer o overhedge implica compra de dólares.

Diante da expectativa de compra bilionária de dólares na virada do ano, a autarquia já havia sinalizado medidas para aliviar essa pressão.

Enquanto isso, no exterior, o índice do dólar contra moedas fortes tinha queda de aproximadamente 0,2%. Pares emergentes do real, como peso mexicano, lira turca e rand sul-africano apresentavam queda. A divisa brasileira liderava os ganhos contra o dólar entre uma cesta de mais de 30 pares.

Os investidores internacionais ficavam de olho nos progressos em direção à distribuição de vacinas para a Covid-19, reagiam ao anúncio de mais estímulos pelo Banco Central Europeu e acompanhavam a negociação de mais auxílio fiscal nos Estados Unidos.

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