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Dólar tem volatilidade ante real em dia de Ptax; exterior e BC ficam no radar

Na B3, o dólar futuro tinha queda de 0,44%, a 5,3205 reais.


Foto: Pixabay

O dólar apresentava volatilidade contra o real nesta segunda-feira de formação da Ptax de fim de mês, com os investidores avaliando o clima no exterior e reagindo a uma sinalização recente do Banco Central do Brasil sobre sua oferta em leilões de swaps tradicionais.

O mês de novembro -- que foi marcado pelo forte desempenho de ativos arriscados em todo o mundo -- chegava ao fim com realização de lucros por parte dos investidores internacionais, o que foi apontado por Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial, em live nesta manhã, como um movimento natural depois de um mês extremamente positivo.

Entre os fatores que impulsionaram o apetite por risco neste mês, a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais norte-americanas e progressos relevantes no desenvolvimento de vacinas para a Covid-19 têm sido citados por analistas como os principais responsáveis.

O dólar caminhava para queda de cerca de 7,8% em novembro, depois de ter acumulado três altas mensais consecutivas a partir de agosto.

Às 10:44 desta segunda-feira, o dólar recuava 0,24%, a 5,3133 reais na venda, depois de ter -- em apenas uma hora de negociações -- chegado a cair cerca de 0,94% na mínima do dia, a 5,2762 reais, e saltado 0,35% na máxima, a 5,3448.

Na B3, o dólar futuro tinha queda de 0,44%, a 5,3205 reais.

Alguns analistas citaram a formação da Ptax de fim de mês como fator que pode trazer volatilidade aos mercados nesta segunda-feira, em meio à briga entre comprados e vendidos.

Enquanto isso, no radar dos operadores, o Banco Central aumentou o volume ofertado em leilão de rolagem de swap cambial tradicional previsto para esta segunda-feira, para um ritmo que, se mantido até o fim do mês, representará colocação líquida de dólares no mercado futuro.

A autarquia anunciou na sexta-feira que, entre 11h30 e 11h40 desta segunda, disponibilizaria 16 mil contratos de swap cambial, ou 800 milhões de dólares, para rolagem do vencimento 4 de janeiro de 2021.

Se mantiver até o fim de dezembro oferta de 16 mil contratos de swap para rolagem, com colocação integral, o BC terminará negociando 21,4 bilhões de dólares, 9,602 bilhões de dólares a mais do que o estoque a vencer em 4 de janeiro (11,798 bilhões de dólares).

Segundo participantes do mercado, essa medida é relevante pela capacidade da autarquia de atender a forte demanda de dólares esperada para o fim de ano devido ao ajuste do overhedge.

O overhedge é uma proteção cambial adicional adotada por bancos que deixou de ser interessante depois de mudanças, anunciadas no começo do ano, em regras tributárias. Desfazer o overhedge implica compra de dólares, movimento em curso desde os primeiros meses do ano e que, segundo analistas, tem grande peso na disparada do dólar em 2020.

As incertezas em torno da saúde fiscal do Brasil também têm sido apontadas como fatores de impulso para a moeda norte-americana. Com o fim das eleições municipais, “o foco é retomado pelo emaranhado de dúvidas e incertezas presentes no cenário brasileiro, envolvendo política monetária, câmbio, juro e fiscal, e mantendo no centro das preocupações os programas sociais do governo”, escreveu Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora.

No último pregão, na sexta-feira, o dólar negociado no mercado interbancário registrou perda de 0,19% , a 5,3261 reais na venda.

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