Duas das maiores multinacionais de defensivos químicos, Basf e Dow AgroSciences, anunciaram uma parceria para o setor de milho. Por meio do acordo, a Dow desenvolveu um híbrido de milho resistente ao herbicida fabricado pela Basf.
Segundo Airton Leites, gerente de produtos da Basf, o investimento feito pela Dow fica restrito ao desenvolvimento do híbrido, enquanto o da Basf ao do defensivo químico. "Em nenhum momento haverá conflito de produtos, já que a Dow não atua nos mesmos mercados da Basf", diz Leite.
Área cultivada:
Segundo o executivo, o novo híbrido já está sendo utilizado para o plantio da nova safra 2004/05. A área cultivada para essa primeira experiência é de 2 mil hectares. "Não temos como fazer uma previsão de como serão as vendas dessa semente nas próximas safras, já que existe uma série de fatores que ainda podem interferir no processo", afirma Leite.
Para o produtor, a diferença está na eficácia do defensivo. Segundo Leite, enquanto o período de controle de pragas dos produtos tradicionais é curto, no sistema da parceria feito entre as empresas o controle dura durante todo o desenvol-vimento do milho.
"Tradicionalmente, o produtor escolhe entre aumentar as aplicações ou ter a produtividade reduzida com pragas. Com o sistema, o agricultor faz apenas uma aplicação", diz o executivo, ressaltando que a semente de milho só é resistente a um tipo de herbicida.
A parceria fechada entre as duas empresas faz parte do sistema Clearfield, um conceito mundial desenvolvido pela Basf e que já é adotado para o arroz no Brasil. "No mundo, além do milho e arroz, o sistema já engloba o cultivo de girassol, canola e trigo", afirma Leite, ao lembrar que está em estudo a implantação das outras culturas no Brasil.