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É preciso repensar rejeição aos trangênicos, diz cientista-chefe europeia

Sob risco de "graves conseqüências científicas, econômicas e sociais"




“Não há nenhuma evidência de que as tecnologias GM são mais arriscadas do que qualquer outro melhoramento convencional, e isso foi confirmado por milhares de projetos de pesquisa.” A afirmação é da principal assessora científica da União Europeia, Anne Glover, que endossou plenamente o relatório publicado pelo Conselho Consultivo das Academias Européias de Ciências (EASAC).

 
O documento, publicado em junho, adverte contra as “graves conseqüências científicas, econômicas e sociais da atual política da União Europeia em relação aos transgênicos”, e adverte que os países da comunidade devem “reconsiderar” sua rejeição generalizada à tecnologia. De acordo com o relatório, os “estudos” que associam culturas geneticamente modificadas a efeitos adversos sobre o ambiente ou a saúde animal são baseados em “ciência sem credibilidade”.
 
“Na minha opinião, os consumidores podem acreditar na enorme quantidade de evidências demonstrando que a tecnologia GM não é mais arriscada do que qualquer planta desenvolvida com tecnologia de melhoramento genético convencional. O relatório da EASAC é uma importante contribuição para este debate, uma vez que reflete a visão dos cientistas mais eminentes da Europa”, afirmou Anne.
 
O estudo recebeu o apoio das academias nacionais de todos os Estados membros da União Europeia, além da Noruega e da Suíça, fato esse que foi recebido com um duro golpe contra os ambientalistas opositores da tecnologia. De acordo com Anne Glover, o tratado é “uma declaração oficial, conjunta, das academias nacionais” da Europa.

 
“As conclusões do relatório são baseadas na melhor evidência possível, e eu aprovo as suas conclusões de todo o coração”, disse a cientista em uma entrevista à EurActiv. Segundo ela, os países que não adotarem os transgÊnicos "vão enfrentar problemas específicos com o uso de fertilizantes, a disponibilidade de água e a degradação dos solos”, uma vez que a produtividade agrícola nas principais culturas manteve-se "limitada, ou não existente”na última década.
 
"Produzir mais alimentos de forma sustentável requer culturas que façam o melhor uso de recursos limitados, incluindo terra, água e fertilizantes”, que pode ser alcançado através da exploração de recursos genéticos vegetais, observa o relatório. “Mas, enquanto as políticas da UE sobre agricultura e meio ambiente estiverem desalinhadas com a necessidade de inovação, a ambição de melhorar a agricultura será frustrada", alerta.
 

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