E se a cerveja pudesse prevenir o câncer? 

Pesquisadores da Academia de Ciências Tcheca estão usando tecnologias genéticas de última geração para modificar o lúpulo de modo que contenha uma grande quantidade de substâncias que ajudam contra o câncer, inflamação e bactérias nocivas.  O lúpulo convencional contém substâncias benéficas, mas em quantidades muito baixas, e por meio da cerveja, seu efeito é perdido devido ao efeito nocivo do álcool e de outros ingredientes. Por meio da edição de genes, isso poderia ser revertido e talvez uma "cerveja medicinal" desenvolvida. 

O geneticista Tomáš Kocábek, que está envolvido no estudo, e explica que, desde o início da agricultura, as pessoas escolhem apenas as melhores plantas ou suas sementes para cultivo posterior e, gradualmente, começam a cruzar intencionalmente essas melhores peças entre si para combinar as melhores características das variedades cruzadas em uma só. 

“Porém, o processo de cruzamento é muito longo e nem sempre bem-sucedido”, afirma Kocábek. Portanto, os cientistas modernos não se contentaram com as propriedades que as plantas já possuíam e tentaram melhorá-las por meio de mutações, ou seja, alterações nos genes responsáveis por essas propriedades. “Mas esse tipo de melhoria era ainda mais semelhante ao disparo cego, porque mutações quimicamente ou induzidas por irradiação podem ocorrer aleatoriamente em mais genes, dificultando a escolha de uma variedade recém-aprimorada e ao mesmo tempo viável”, explica o cientista. 

Agora a equipe se concentrará em mudanças específicas nos genes responsáveis pela produção de ácidos amargos, importantes na fabricação de cerveja, ou drogas que atuam, entre outras coisas, contra o câncer, bactérias e inflamação. Os ácidos C OW contêm mais lúpulo amargo, quanto melhor for a cerveja, mais substâncias medicinais obtidas, será a cerveja mais saudável.