Economia mostra sinais de estabilização, diz Rabobank

De acordo com o relatório divulgado pelo Rabobank, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve contrair 5,9% em 2020 e subir 3,6% em 2021, visto que a economia já começa a dar sinais de melhora. Apesar da queda histórica, os programas governamentais de suavização dos impactos socioeconômicos cumpriram seu papel e colocaram o Brasil mais próximo do grupo de países que menos sofreram economicamente com a Covid-19, diz o banco. 

“Para a segunda metade de 2020, esperamos uma recuperação gradual, mas a falta de uma vacina, as incertezas relacionadas à piora do quadro fiscal e a deterioração do mercado de trabalho, diminuem a probabilidade de uma recuperação em ‘V’ para toda a economia. Para a inflação, estimamos o IPCA em 1,7% em 2020 e em 3,2% em 2021”, comenta. 

Uma demanda ainda muito deprimida dificulta o repasse de pressões de custo das empresas, colocando um teto na inflação ao consumidor em 2020. “No próximo ano, a retomada da atividade deverá trazer a inflação de volta para o intervalo da meta do Banco Central. Esse quadro deve garantir ao Copom espaço para manter a taxa Selic em 2,00% até o final do ano. Uma vez que o teto de gastos permaneça como âncora fiscal, podemos ver um ciclo de alta apenas a partir de 3T 2021, elevando a Selic a 3,00% ao final de 2021”, completa. 

“Como risco de depreciação, além dos relacionados à Covid-19, temos a eleição nos EUA e suas consequências para as relações EUA-China. Localmente, o maior risco continua atrelado à pandemia, que ameaça a manutenção das âncoras fiscais e a reversão de ajustes estruturais. Atuando na outra direção, a manutenção dos estímulos monetários e fiscais permite a compressão dos prêmios de risco”, conclui, citando os pontos de atenção.