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Economista diz que reação do campo fortalece PIB

A rentabilidade dos produtores deve crescer de 1,5% a 3,5%, afirma Barros


Começa a despontar um cenário positivo no agronegócio para o ano que vem, após superar uma das maiores crises dos últimos 40 anos. Para o economista José Mendonça de Barros, da MB Associados, a reação do setor agrícola deve contribuir para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2007.

Toda a cadeia produtiva do agronegócio representa 30% do PIB nacional. Ou seja, a contribuição é de um terço, explicou. A assistente técnica da Confederação Nacional da Agricultura do Brasil (CNA), Rosemeire Cristina dos Santos concorda. Para ela, os produtores terão um cenário mais positivo com renda maior. "A rentabilidade dos produtores de soja, algodão, milho, entre outros, deve crescer de 1,5% a 3,5%’’, diz Rosemeire. Para ela, o cenário só não será favorável para os produtores de feijão por causa da perspectiva de uma colheita maior.

Barros diz, entretanto, que dificilmente o PIB deverá crescer acima de 3% devido a elevada carga tributária e dos gargalos da infra-estrutura que inviabilizam os investimentos. "Este ano o Brasil vai investir apenas 20% do Produto Interno Bruto (PIB), o mais baixo dos últimos anos. Com isso, não há espaço para crescer mais que 3%. Em 2007 essa situação deverá", afirma Barros. O País, para ele, deve manter taxa de crescimento modesta, a metade dos alcançado pelos demais países em desenvolvimento.

Apesar da perspectiva favorável para o campo, Rosemeire diz existir ainda um risco grande decorrente da ferrugem da soja e dos ciclos climáticos que podem anular a perspectiva positiva para renda. "Os produtores vão conseguir pagar as despesas feitas para safra 2006/07. O problema maior é o que ficou para trás (ver página acima)’’, declara Rosemeire.

Barros acrescenta ser necessário investir na defesa sanitária e nas negociações internacionais. Ele acrescenta que a reação da agricultura decorre do desempenho positivo da cana-de-açúcar, eucalipto, café e laranja. Além disso, os preços da soja, milho e trigo começam a reagir pela baixa oferta mundial.

A cana-de-açúcar demonstra ser uma dos produtos mais rentáveis do agronegócio brasileiro nos próximos anos, por conta da evolução da agroenergia. O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse mais uma vez que a demanda por etanol só no Brasil deve crescer 12 bilhões nos próximos dez anos. Hoje, o consumo brasileiro do combustível é de 14 bilhões de litros.

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