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Efeitos da pandemia serão sentidos na próxima safra de algodão

Após a colheita, os efeitos da Covid-19 ficaram notáveis, principalmente, no escoamento da safra para o mercado externo


Foto: Marcel Oliveira

Os efeitos da pandemia na cotonicultura brasileira serão mais sentidos na próxima safra, que começa a ser plantada em dezembro. Quando a pandemia iniciou de fato, as lavouras já estavam instaladas e a cultura, em desenvolvimento, não havendo consequências para a atividade produtiva no período. 

“Após a colheita, os efeitos da Covid-19 ficaram notáveis, principalmente, no escoamento da safra para o mercado externo. Isso porque a queda no consumo no ponto de venda, em todo o mundo, teve impacto na indústria internacional, majoritariamente concentrada na Ásia. Houve casos de grandes marcas quebrando contratos com as indústrias, e, muitas destas, postergando a compra de insumos como o algodão. Por conta disso, os embarques foram alongados, o que, em uma situação de super safra, gera estoques de passagem maiores deste para o próximo ano. Ainda assim, batemos vários recordes de exportação”, salienta Milton Garbugio Garbugio, presidente da Abrapa.

O presidente da Abrapa, ressaltou que, dos quase três milhões de toneladas produzidas, em torno de 550 mil toneladas ficam no país para abastecer a indústria nacional, e o restante é exportado. O país plantou 1,6 milhão de hectares de algodão, na safra 2019/2020, com produtividade de 1,8 mil quilos de pluma por hectare.

Conforme as informações divulgadas pela Associação, os números para a safra 2020/2021 ainda são preliminares, mas estarão consolidados na próxima reunião da Câmara Setorial do Algodão e Derivados, no próximo dia 16 de dezembro. O atraso nas chuvas no início da safra de soja, principalmente, no estado do Mato Grosso, é um fator de preocupação. “Isso porque 90% do algodão no Mato Grosso é de segunda safra. Ele é plantado simultaneamente à colheita da soja. O atraso no plantio da oleaginosa comprime a janela do algodão Mato Grosso. Apesar desse déficit de chuva no começo do ciclo, as previsões para este ano são de clima favorável, durante o desenvolvimento das lavouras, para a região Centro Norte do Brasil e ainda duvidosas para a Centro Sul, pela influência do fenômeno meteorológico la niña.”, afirmou.

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