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Eliminar milho tiguera é estratégia contra cigarrinha

Planta voluntária pode servir de refúgio ao inseto, oferecendo riscos à próxima safra


Foto: Divulgação

A cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) está presente nas lavouras de milho brasileiras com mais força desde a safra 2017, especialmente no Sudeste e Centro-Oeste. Nesta safra 2020/21 a novidade foi a maior incidência nos estados do Sul.

O minúsculo inseto causa doenças conhecidas como enfezamentos (enfezamento-pálido, enfezamento-vermelho e virose-da-risca) e tem difícil identificação. Isso ocorre porque ele pode infectar as plantas no início do ciclo e as doenças aparecerem em estádios mais avançados, quando a cigarrinha não está mais presente na lavoura. As perdas ocasionadas pelas doenças do complexo de enfezamentos podem chegar a mais de 90%, especialmente em lavouras cultivadas com híbridos suscetíveis a tais doenças.

No Paraná, um dos maiores produtores de milho do país, o inseto está presente em todas as regiões. Em novembro de 2020, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) coletou 64 amostras e constatou que 40% estavam contaminadas com enfezamentos decorrentes de ações da cigarrinha.

Agora, na pós-colheita, uma indicação importante para o produtor é que ele elimine todo o milho tiguera, guaxo ou voluntário que fica nas lavouras. Há o risco de essas plantas servirem de refúgio para a cigarrinha até o próximo ciclo. Quando a nova safra for plantada, o inseto pode se alastrar pela lavoura, ocasionando prejuízos.

A técnica Ana Paula Kowalski, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/Senar-PR, alerta que esse milho tiguera fica, às vezes, até em meio a plantas de soja. “A cigarrinha pode ir migrando de um milho para o outro e, quando chegar o plantio na próxima safra, pode contaminar a lavoura. Precisamos conscientizar o produtor. Às vezes, ele pensa que tem que combater a cigarrinha só no plantio da safra em setembro, ou a safrinha, em janeiro. Mas uma das medidas mais importantes é a erradicação do milho tiguera durante o avanço da colheita”, acrescenta. 

Por isso, o ideal é que o produtor faça o monitoramento de sua propriedade à medida que a colheita for avançando. O agricultor não pode dar chance para que o milho tiguera se mantenha, levando riscos à futura lavoura. “Tem que ser praxe: fazer esse monitoramento constante, ver se tem incidência e fazer o controle. O controle é feito com herbicida, já que o milho tiguera é considerado uma planta daninha. Tem que ser eliminado antes que se reproduza”, explica Ana Paula.

Além da eliminação do milho tigüera, outro ponto que merece destaque e pode ser um fator que favorece o surgimento do milho tiguera é a ineficiência ao longo da colheita, muitas vezes ocasionadas por colheitadeiras mal operadas e/ou desreguladas. 
 

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