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Em ano atípico, captação recua em outubro e leite valoriza em novembro

As maiores altas foram verificadas no Sul do País e em Goiás


O preço médio bruto pago pelo leite ao produtor em novembro (referente à produção de outubro) teve leve alta de 2,4% (ou 1,7 centavo por litro) em relação ao mês anterior, a R$ 0,7142/litro. O valor refere-se à média ponderada dos estados de RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA. O atual comportamento do mercado, apesar de atípico para este período do ano (safra), era esperado pela maior parte dos agentes de mercado. O ligeiro aumento foi sustentado pela oferta de leite ainda restrita no mês de outubro, visto que a chegada das chuvas ainda não havia sido suficiente para alavancar a produção. Além disso, o mercado de derivados – especialmente leite longa vida e queijos – permaneceu firme no período, contribuindo para os atuais patamares de preços.

Analisando a série iniciada em 1994, é a primeira vez que o leite valoriza entre outubro e novembro. Normalmente, ocorrem aumento na captação de leite e consequente queda de preços nesse período. Entretanto, em boa parte do ano de 2010, o mercado de leite teve comportamento diferente do observado nos últimos anos. Durante a entressafra, os preços caíram, mesmo com recuo na produção de leite, devido à fraqueza do mercado de leite UHT e aumento das importações de lácteos.

Em outubro, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) caiu 1,7% em relação ao mês anterior, de acordo com pesquisa feita nos estados de RS, PR, SP, MG, GO e BA. A redução foi ocasionada basicamente pela menor captação diária no Sul do País. No Rio Grande do Sul, o ICAP-Leite variou negativamente em 7,5% e, no Paraná, 2,6% frente a setembro. O aumento das chuvas, por outro lado, favoreceu a recuperação da produção de leite no Sudeste e Centro-Oeste. Em São Paulo, a captação aumentou quase 5% em outubro, em Minas Gerais, 2,7% e em Goiás, 1,6%.

Com o recuo de outubro, o índice de captação ficou pela primeira vez no ano abaixo do registrado em igual mês de 2009 (queda de 4,6%) – em out/09, o ICAP-Leite atingiu um dos maiores patamares da pesquisa. Isso ocorreu porque naquele mês, as chuvas e altas temperaturas favoreciam a produção de pastagens e de leite. Na média nacional, o ICAP-Leite entre janeiro e outubro/10 teve aumento de 4,3% frente ao mesmo período de 2009. Em relação a 2008, a alta foi de 1%.

Para o pagamento de dezembro – referente à produção entregue em novembro –, 53,5% dos agentes entrevistados pelo Cepea (os quais respondem por 72,8% do volume de leite amostrado) acreditam em estabilidade de preços. Para 40,8% das indústrias/cooperativas (responsáveis por 26,2% da amostra), deve haver nova valorização e apenas 5,6% dos agentes (que respondem por 1% do volume amostrado) acreditam em queda de preços.

NOVEMBRO – As maiores altas de preços ao produtor foram verificadas no Sul do País e em Goiás. No Paraná, o preço médio bruto pago pelo leite em novembro foi de R$ 0,7373/litro, aumento de 4,3% (3,1 centavos por litro) em relação a outubro. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 0,7075/litro, alta de 3,1% (2,1 centavos por litro). No Rio Grande do Sul, a valorização foi de 4,3% (2,6 centavos por litro), a R$ 0,6323/litro.

Em Goiás, o preço médio foi de R$ 0,7284/litro, alta de 3,6% (2,5 centavos por litro). Em São Paulo e Minas Gerais, o aumento de preços foi mais tímido, de 1% e 1,3%, respectivamente. A média foi de R$ 0,7581/litro no estado paulista e de R$ 0,7256/litro em Minas Gerais. Na Bahia, houve leve recuo, de 0,7%, a R$ 0,6698/litro.

 
 
 
 
 
 
As informações são da assessoria de imprensa do Cepea.

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