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Em março as instabilidades retornam ao sul do país de forma persistente

Instabilidades devem ficar frequentes no Estado na primeira quinzena de março


Temperatura da Superfície do Mar

El Niño nasce fraco e seu efeito será parcial. Em boletim atualizado em 14 de fevereiro, o Centro Americano de Meteorologia e Oceanografia (NOAA) manteve a previsão de um El Niño fraco durante o verão 2019 no Brasil. Há 65% de chance da presença do fenômeno entre fevereiro e abril, mas aquecimento promete ser modesto, semelhante ao ocorrido no verão 2015. Uma novidade é que a agência americana finalmente identificou a reação da atmosfera tropical ao aquecimento em janeiro. Algo fraco, mas com padrão de El Niño. A tendência é de que o fenômeno prossiga fraco até o trimestre abril-maio-junho, desconfigurando-se em seguida. Vale salientar que as águas permanecerão mais quentes que o normal durante boa parte de 2019, mas com desvios muito fracos e que não conseguirão manter o fenômeno a partir de meados do ano.

Em termos práticos, o monitoramento será fundamental. O Oceano Pacífico é dividido em quatro partes e sua porção central, chamada de Niño 3.4, é a mais monitorada. Entretanto, a qualidade da chuva no Brasil depende bastante também da temperatura do Pacífico Leste, região chamada de Niño 1+2. E apesar das previsões normalmente indicarem desvios persistentes acima ou abaixo da média, na prática, a temperatura do Pacífico próxima da América do Sul varia bastante. Normalmente, o Pacífico leste mais quente (frio) “puxa” a chuva do Brasil mais para sul (norte). Durante janeiro, por exemplo, com a formação do bloqueio atmosférico, parte da formação deste bloqueio esteve associado ao Pacífico leste, que ficou mais quente que o normal. Já em novembro do ano passado, quando chovia torrencialmente sobre o Sudeste e Centro-Oeste, o Pacífico leste estava mais frio. E como escrito, apesar das simulações mostrarem uma previsão com desvio persistente, isto não acontece na prática. Ou seja, a previsibilidade desta porção do Pacífico é baixa. Daí o monitoramento frequente.

Atualmente, apesar do El Niño, a porção leste do Pacífico está mais fria. Em profundidade, porém, percebe-se o avanço de águas quentes. Antes do fim do verão, provavelmente em meados de março, a água quente irá aflorar, devendo cortar repentinamente a chuva no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, oeste e sul de Minas Gerais e sul de Goiás. Por outro lado, o Rio Grande do Sul, que após a chuva forte de janeiro, vem registrando precipitação mais irregular em fevereiro, deverá perceber aumento na frequência de chuva. Norte e Nordeste, apesar da presença do El Niño, permanecerão sob atuação da Zona de Convergência Intertropical com chuvas frequentes até pelo menos meados de abril.

Temperatura - Previsão Geral

Março começa com temperaturas aumentando no Rio Grande do Sul, no entanto a partir da metade do mês, a persistência de dias de tempo mais fechado diminui as temperaturas da tarde. Abril também começa com chuva persistente e calor não muito intenso, na segunda quinzena do mês a diminuição das instabilidades aumenta as temperaturas da tarde. Maio será um mês com temperaturas acima da média no leste do estado, e próxima da média no interior gaúcho.

Precipitação - Previsão Geral

O mês de fevereiro está terminando com chuva bastante irregular em áreas produtoras do Rio Grande do Sul, com acumulados superiores a média climatológica no norte e no leste gaúcho, enquanto nas demais áreas o volume de água não alcançou a média do mês. Nos próximos períodos a tendência agora é para um aumento das instabilidades no estado gaúcho. Nos primeiros dias de março, as instabilidades migram para o sul do país, com a atuação de um novo bloqueio atmosférico no centro do país. Assim, as instabilidades devem ficar frequentes no Estado na primeira quinzena do mês, aumentando o risco para chuva em excesso em áreas produtoras do oeste e sul gaúcho, o que pode causar paralisações e atrasos na colheita. Aliás, o mês de março pode ser semelhante ao mês de janeiro, onde áreas produtoras do oeste gaúcho registraram chuva em excesso e podem prejudicar o andamento da colheita. A partir da segunda quinzena do mês, as instabilidades devem conseguir avançar pelo centro do país, diminuindo a chuva no estado gaúcho. O mês de abrilainda começa com chuva persistente, somente em meados da metade do mês a chuva diminui no estado, e o tempo firme volta a predominar na região. Maiodeve ser um mês com chuva acima da média climatológica, com pancadas regulares ao longo do mês, o que garante em janelas curtas de tempo seco entre os episódios de chuva.

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