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Emater-MG emite primeira DAP para agricultor urbano em BH

Com a DAP, o produtor tem acesso a políticas públicas e crédito pelo Pronaf


Foto: Divulgação

A DAP que foi emitida pela Emater-MG para o senhor Dionísio é um documento muito importante para os agricultores. Com ela é possível ter acesso a várias políticas públicas, abrindo portas para crescer e prosperar ainda mais nesse negócio. “Isso é fundamental porque as hortas urbanas abrem possibilidades reais de ampliação de renda para as famílias, garantem segurança alimentar e ainda contribuem enormemente para o meio ambiente. Então, é uma parceria muito importante que a Emater-MG tem com a prefeitura, há mais de 60 anos. Finalmente, a gente conseguiu hoje emitir esta DAP que vai trazer muitas possibilidades, permitindo o acesso às políticas públicas e ao crédito rural, que é tão importante para as atividades produtivas”, reforça a diretora-presidente da Emater-MG, Luisa Barreto. 

Clientela fiel

A horta no meio da cidade ainda causa surpresa para muitos, até vizinhos, diz o senhor Dionísio. Mas aí, é só conhecer, experimentar os produtos, para não abandonar nunca mais. Como a pedagoga Márcia Alves, cliente fiel. 

“Dou preferência porque além de ser uma verdura de qualidade o atendimento é espetacular. Fora também que a gente está ajudando a comunidade, porque eles dependem dessa horta. Os produtos são excelentes, tem de tudo, até chá caseiro a gente encontra aqui. Eu não abro mão de vir aqui para comprar no sacolão, nem todo dia tem verdura fresca no sacolão. Eu gosto muito daqui”, diz. 

A horta comunitária da Vila Pinho tem mesmo de tudo, a produção é em torno de 200 mil molhos por ano de diversas olerícolas. Tem alface, couve, alho-poró, cebolinha, salsinha, plantas alimentícias não convencionais (Pancs), algumas frutíferas e muitas ervas medicinais. A dona Dalva, que também é agricultora no local, diz que a horta é uma verdadeira farmácia natural. 

"Praticamente 100% de nós que trabalhamos na horta somos idosos e até hoje, escondidos aqui nesse cantinho, nos alimentando de tudo natural, ninguém aqui teve Covid, o vírus né? Acho que os chás ajudam também. Aqui na horta, além das verduras agroecológicas, nós temos todos os tipos de chás. Chá para criança, chá que acalma o adulto e chá para infecções. A gente foi adquirindo uma experiência de uma farmácia homeopática, porque o pessoal ao invés de comprar remédios em farmácias vem buscar os chás. E a gente tem uma certa sabedoria para orientá-los na preparação, para que cada um serve. Na verdade, aqui é uma vida apaixonante, a gente chega, passa o dia e não quer ir embora. Se deixar a gente dorme aqui nesse espaço". 

Incentivo 

O incentivo às hortas urbanas é um projeto da prefeitura da capital mineira em parceria com a Emater-MG, que se intensificou desde 2017, segundo a subsecretária de segurança alimentar e nutricional, Darklane Rodrigues.

“As unidades atendem a comunidade do entorno, as pessoas vêm e podem comprar diretamente do produtor, dentro aqui do espaço. O produtor não pode ter uma banquinha, porque é outro chamamento público que ele tem que participar, mas a compra institucional é uma saída importante”, ressalta.

Vendas institucionais são a possibilidade dos agricultores comercializarem para o próprio Estado, através de programas como o nacional de alimentação escolar (Pnae) e o de Aquisição de Alimentos (PAA). E este é só um mercado a ser explorado. Segundo a engenheira agrônoma Kátia Pessoa, em Belo Horizonte há mais demanda do que oferta de legumes, verduras e frutas orgânicos ou agroecológicos. Percebendo essa realidade e, ao mesmo tempo, a dificuldade dos agricultores de alcançarem este público consumidor, ela criou o Horta à Porta, um delivery desses produtos que já conta com mais de 5 mil consumidores cadastrados em BH. 

“Eu tive a ideia de criar o Horta à Porta para conectar o agricultor com o consumidor final. Porque dentro de Belo Horizonte tem várias iniciativas que produzem sem agrotóxicos e o consumidor final não tem acesso a elas. E o agricultor, por si só, não consegue fazer esta conexão. Há uma necessidade de um apoio grande nessas iniciativas, na parte organizacional e técnica, para dar sustentação a esses projetos”, comenta.  

E é este o trabalho que a Emater-MG vem desenvolvendo, prestando assistência técnica e extensão rural aos agricultores urbanos de Belo Horizonte, para que possam se organizar, ter volume e qualidade de produção para atender a esse mercado crescente. 

“Sem a Emater-MG a gente não ia conseguir fazer não. A Elenice, técnica da Emater-MG, está sempre junto com a gente mesmo, ensinando, explicando pra gente como faz, se tiver dúvida a gente liga. Então a Emater é importante”, comenta a agricultora Raquel de Jesus. 

“Aqui o acompanhamento da Emater-MG é muito importante pra gente, porque tem assistência técnica. Eles apoiam a gente em tudo, inclusive conseguiram que eu participe de uma feira junto com a prefeitura. Então é um trabalho conjunto que vem dando certo”, complementa Dionísio.  

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