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Emater-MG estimula diversificação com plantio de frutíferas em Coronel Fabriciano

Foram implantados campos experimentais de uvas e maçãs, com variedades mais adaptadas a climas quentes


Foto: Marcel Oliveira

Uma iniciativa da Emater-MG está mudando a paisagem em Coronel Fabriciano, no Vale do Rio Doce. As extensas plantações de eucaliptos estão pouco a pouco cedendo espaço para lavouras de frutas e hortaliças. A tradição do plantio de eucalipto tem como base o fornecimento de matéria-prima para uma grande fábrica de celulose e de carvão, utilizado nas siderúrgicas do Vale do Aço. Mas a queda nos preços da comercialização da madeira estimulou os investimentos em outras alternativas. Um exemplo são plantas frutíferas como banana e cítricos, além das hortaliças.

E o sucesso dessas iniciativas vem despertando o interesse até por frutas que, numa primeira avaliação, não seriam adequadas para a região. A equipe do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), está orientando agricultores familiares na implantação de variedades de maçã e uvas.

O técnico da empresa Manoel de Barros explica que, inicialmente, foram realizadas pesquisas de campo para detectar áreas com potencial de produção dessas frutíferas. Após a observação do comportamento das mudas plantadas, a intenção é estimular a implantação comercial das culturas a partir de 2021.

O clima em Coronel Fabriciano e região é classificado como tropical quente semiúmido, com temperaturas anuais de 17 a 34 graus centígrados. A ousadia da iniciativa, de produzir frutas normalmente associadas a climas temperados, de temperatura mais amena, está bem embasada em experiências de sucesso em outras regiões do estado e também nos cultivos de uvas na região de Petrolina, em Pernambuco

“A videira se adapta bem em locais com grandes amplitudes térmicas, existindo pomares comerciais no Sul de Minas e no Norte do Estado. E as variedades de maçãs escolhidas se adaptam bem a locais com poucas horas de frio. Como exemplo, há pomares em Curvelo, e em Petrolina, em Pernambuco”, explica Manoel Barros.

Com a orientação do coordenador regional da Emater-MG, Juscelino Rabelo, foram adquiridas 330 mudas, das variedades Niágara, Bordeaux e Isabel precoce.  No campo experimental de maçãs, foram plantadas 20 mudas, sendo quatro da variedade Julieta e 16 da variedade Eva. As maçãs já têm até mercado certo, caso a cultura seja bem-sucedida. A demanda é da prefeitura de Coronel Fabriciano, que realiza compras de produtos da agricultura familiar, com recursos do Programa Nacional da Alimentação Escolar, o Pnae. De acordo com Manoel de Barros, o programa, inclusive, é um dos principais pilares para a diversificação agropecuária no município de Coronel Fabriciano.

“Atualmente temos cerca de 40 produtores comercializando, divididos em duas associações que nos representam aqui no município. Os produtos são folhosas, tubérculos e raízes, como a mandioca. E também frutas como banana, limão e mexerica, além das quitandas e do mel, que é bem tradicional aqui na região”, conta o extensionista da Emater-MG

Minas Gerais tem cerca de 130 mil hectares de área plantada com frutíferas e a produção anual alcança cerca de 4 milhões de toneladas. Deste total, cerca de 88% vêm da agricultura familiar, de acordo com informações do sistema de Safra Agrícola da Emater-MG. Com esses resultados, o Estado ocupa o quarto lugar na produção nacional de frutas. A atividade é responsável por 500 mil empregos diretos e indiretos.

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