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Embarque de suco do Brasil em compasso de espera por FDA

Brasil exporta cerca de 170 mil toneladas por ano para os EUA


Os embarques de suco de laranja do Brasil estão praticamente paralisados para os EUA, enquanto o setor aguarda o resultado dos testes realizados pelo órgão regulador norte-americano por conta do fungicida considerado ilegal naquele país, disse uma fonte ligada à indústria.


Ele não soube calcular qual o volume afetado pela decisão do FDA, mas ponderou que a carga não pode ser liberada enquanto os testes não forem concluídos.

A fonte reconheceu que a indústria brasileira assumiu o risco e manteve as vendas da commodity com traços do fungicida carbendazim, proibido naquele país desde 2009, por considerar que o produto segue os padrões de segurança recomendados pelo Codex Alimentarius, não apresentando ameaça à saúde.

Segundo ele, desde então o produto vem passando pela aduana norte-americana que nunca questionou a presença do produto nos embarques de suco que chega do Brasil com documentação indicando a presença do fungicida proibido nos EUA, mas nos níveis considerados seguros.

"Sabíamos (da proibição) de 2009, por decisão do órgão ambiental dos EUA, mas a alfândega nunca nos avisou... É uma zona cinzenta, o erro aí é de todo mundo", argumentou a fonte.

O Codex, da FAO (órgão para agricultura e alimentação das Nações Unidas) e da Organização Mundial de Saúde, estipula que o limite máximo de resíduos (LMR) deve ser de mil partes por bilhão (ppb). Nos Estados Unidos, os níveis encontrados no suco de laranja foram de 10 a 35 ppb, disse o FDA.


A indústria argumenta que os EUA são signatários do Codex Alimentarius e pondera que outros produtos, como banana, maçã e outras frutas, além da carne, podem conter a substância em diferentes níveis, e a proibição só se aplica aos cítricos.

"Não tem perigo para saúde... então não tem mais assunto na linha de contaminação ou de fechar comércio", argumentou a fonte. Ele acrescenta que se os EUA são signatários do Codex, tecnicamente não poderiam barrar o produto, como se teme.

Se a questão não for solucionada pelo Estados Unidos após a conclusão dos testes conduzidos pelo FDA, a fonte afirmou que a indústria pretende reforçar sua argumentação junto às autoridades de que o produto é usado dentro dos limites permitidos e não apresenta risco à saúde, por isso não se justificaria uma possível proibição ao produto brasileiro.

O Brasil exporta cerca de 170 mil toneladas por ano para os Estados Unidos, e grande parte desta carga é misturada ao suco produzido localmente antes de ser engarrafada e destinada ao consumo local.

Em 2011, o Brasil exportou 361,8 milhões de dólares, quase 40 por cento a mais do que no ano anterior, para os Estados Unidos entre suco de laranja congelado e não-congelado, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

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