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Embarques de soja terão queda a partir de agosto, dizem analistas

Redução da demanda chinesa e menor oferta doméstica afetam vendas no exterior


As exportações de soja do Brasil ainda devem fechar o mês com volumes expressivos. Mas a expectativa é de queda acentuada a partir de agosto, com a redução na demanda chinesa e uma oferta mais restrita no mercado interno depois da venda recorde no primeiro semestre, dizem analistas.
Os embarques neste mês provavelmente serão superiores a 3 milhões de toneladas, apontam dados preliminares.

Embora esse volume represente cerca da metade das exportações recordes de junho, de mais de 6 milhões de toneladas, está bem acima da média mensal prevista para 2009, de mais de 2 milhões de toneladas.

"O Brasil exportou muito para a China. Para agosto e setembro, a China não tem tanta necessidade de importar", disse o analista da Agroconsult, Douglas Nakazone. Para ele, nos próximos meses a demanda do maior importador mundial tende a ficar menos agressiva, com a proximidade de sua colheita em outubro.

Após exportar 19,2 milhões de toneladas no primeiro semestre, 5,5 milhões a mais que no mesmo período de 2008, e considerando a exportação de 3 milhões de toneladas em julho, o Brasil poderia exportar apenas 600 mil toneladas ao mês até o fim do ano.

Isso mostra também como a oferta vai ficando mais escassa antes do que o normal no mercado brasileiro, em um ano em que o Brasil, segundo exportador mundial, acabou ocupando uma parcela adicional do mercado internacional de soja deixada pela Argentina, cuja safra 2008/09 foi seriamente prejudicada pela seca.

As vendas também se aceleraram bastante no primeiro semestre porque as cotações e o câmbio estiveram favoráveis para exportações.

Agora, além de já não haver no Brasil tanta soja disponível para exportar, as cotações e o câmbio não estão tão propícios como anteriormente -o dólar está sendo negociado abaixo de R$ 1,90, no menor nível desde setembro de 2008.

Os poucos negócios fechados na semana passada confirmam a expectativa por menores embarques nos próximos meses.

"A semana foi muito calma com as oscilações na Bolsa de Chicago e a queda na taxa de câmbio. Estamos com a liquidez muito baixa, especialmente devido ao câmbio", disse Lucílio Alves, analista do Cepea, da Universidade de São Paulo.

Os dados oficiais sobre o volume de exportação de soja e derivados no mês de julho serão divulgados na próxima segunda-feira.

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