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Embarques mundiais de café ficam estáveis


(10/03/2003 - Coffee Break) -A OIC (Organização Internacional do Café) divulgou os números sobre as exportações mundiais para todos os destinos. De acordo com a entidade, em janeiro os países produtores embarcaram 6.759.368 sacas, volume 0,05% menor que o verificado em janeiro de 2002, quando 6.762.919 sacas foram exportadas. O total aferido é 7,45% menor que o verificado em dezembro (7.303.886 sacas). Entre fevereiro de 2002 e janeiro de 2003, os países produtores remeteram 88.858.104 sacas ao exterior, volume 1,58% inferior ao verificado entre fevereiro de 2001 e janeiro de 2002 (90.281.617 sacas). As remessas globais, entre outubro de 2002 e janeiro de 2003, atingiram 28.790.212 sacas, 3,76% a mais que o aferido no mesmo período do ano safra anterior — 27.746.569 sacas. O Brasil liderou os embarques em janeiro. O país remeteu 2.245.863 sacas ao exterior, 23,11% a mais que o registrado em janeiro de 2002, quando 1.824.291 sacas foram embarcadas. Entre fevereiro de 2002 e janeiro de 2003, o país exportou 28.329.963 sacas, 20,31% a mais que o registrado no mesmo período do ano anterior (23.546.537 sacas). O Vietnã realizou em janeiro o embarque de 1.098.995 sacas, 30,23% a menos que em janeiro de 2001 (1.575.090 sacas). No período de 12 meses encerrado em janeiro, o país asiático exportou 11.320.516 sacas, 20,73% a menos que o registrado nos 12 meses anteriores, quando 14.280.967 sacas haviam sido remetidas ao exterior. A Colômbia exportou 753.883 sacas em janeiro. Esse total é 5,89% maior que o registrado em janeiro do ano passado (711.958 sacas). Entre fevereiro de 2002 e janeiro de 2003, o país exportou 10.315.455 sacas, 3,08% a mais que no mesmo período do ano anterior, cujo volume avaliado foi de 10.007.133 sacas. Uganda foi a quarta maior origem exportadora do mês, embarcando 300.721 sacas, contra 313.732 sacas do mesmo mês do ano passado (-4,15%). Honduras remeteu 23,18% a mais em janeiro, quando 292.619 sacas passaram pelos portos do país, contra 237.550 sacas de janeiro de 2002. A Guatemala exportou 292.361 sacas em janeiro, contra 243.144 sacas do mesmo mês de 2002 (+20,24%). A Índia registrou a remessa de 248.467 sacas, 20,57% a mais que em janeiro do ano passado, quando 206.067 sacas foram remetidas pelo país. A Indonésia exportou 244.000 sacas em janeiro, contra 243.159 sacas de janeiro de 2002 (+0,34%). Costa Rica teve uma alta de 49,93% em suas exportações, passando de 121.627 sacas em janeiro do ano passado para 182.359 sacas do mesmo mês deste ano.

Projeto — Um projeto do Sebrae está buscando estimular a exportação de cafés finos a partir de investimentos na capacitação técnica dos produtores. Na região de Espírito Santo do Pinhal, 50 cafeicultores produzem café fino e, com o projeto, a intenção é dobrar esse número em um ano. A região é favorável à produção de cafés finos pelo clima, solo e altitude, mas atualmente só 10% dos grãos são exportados, o que representa cerca de 20 mil sacas. A idéia do projeto Café Verde, que está sendo implantado em seis regiões do Estado de São Paulo, em uma parceria do Sebrae, Ministério da Agricultura e Agência de Promoção à Exportação, é aumentar a qualidade do grão exportável e facilitar financiamentos ao produtor. A expectativa é de que a produção traga rendimento até 30% maior que o valor de mercado.

Colômbia —Os produtores de café da Colômbia já podem comercializar antecipadamente 20% de sua safra. O plano apresentado pela Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia deverá despender 33,8 milhões de dólares. A entidade destaca que o produtor poderá ter um volume financeiro antes da colheita, podendo aumentar os tratos culturais. A Federação observa ainda que o mecanismo será uma proteção contra os preços baixos do mercado internacional. O programa é direcionado aos produtores que tenham safra mínima de 25 toneladas ao ano. O prazo de entrega do café será até 9 de novembro. A Federacafé espera que, a partir de agora, esse plano de venda antecipada torne-se um mecanismo comum na comercialização de café colombiano, sendo utilizado também nas próximas safras e até mesmo em períodos de preços mais convidativos.

Protesto —O Conselho Monetário Nacional alocou 250 milhões de reais, podendo ser reajustado para 300 milhões, para a colheita. Porém, a taxa de juros cobrada sobre esses financiamentos passou de 9,5% para 13% ao ano. Muitos produtores receberam o aumento da taxa contrariados. O presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari, Reinaldo Caetano, encaminhou aos ministros José Dirceu, da Casa Civil, Antônio Palloci, da Fazenda e Roberto Rodrigues, da Agricultura, oficio protestando contra o aumento dos preços. Caetano disse que os juros internacionais para o setor rural giram em torno de 4% a 5% ao ano e a conquista obtida pelo setor, com a extinção da correção monetária no Crédito Rural Brasileiro, foi um grande avanço. Caetano explicou que o governo está "esquecendo que o café no Brasil tem uma importância social até maior que a econômica, pois é o seguimento agrícola maior gerador de empregos e distribuidor de renda, são cerca de 8 milhões de trabalhadores", ressaltou. O presidente da Associação apontou ainda que produtores de café já vivem uma situação angustiante pela falta de políticas voltadas para o setor e que, desse modo, devem ser apoiados. "Está faltando renda ao produtor e isso tem gerado pobreza, inadimplência, desemprego e queda no nível de desenvolvimento econômico nas regiões produtoras, além da queda da qualidade de vida dos produtores e trabalhadores rurais", finalizou. O ofício dirigido aos ministros foi subscrito também pelo Caccer (Conselho das Associações de Café do Cerrado).

Estoques —Os estoques dos consumidores apresentaram ligeiro aumento. De acordo com a Tristão United Kingdom, no final de janeiro os países importadores possuíam 21,768 milhões de sacas em seus armazéns, contra 21,533 milhões de sacas verificadas no final de dezembro, alta de 1,09%. Se comparado com o verificado no final de janeiro do ano passado — 20,299 milhões de sacas — observou-se uma alta de 7,24%. Observa-se que os consumidores vão buscando se resguardar, aumentando de maneira sistemática o total de café em suas mãos. Boa parte dos cafés adquiridos nos últimos meses é originária do Brasil. O país vem registrando recordes de embarque enquanto concorrentes diretos "patinam", enfrentado problemas graves devido à crise de preços. Apesar de mostrar uma agressividade forte, as vendas brasileiras não redundaram em receita das mais favoráveis. Em 2002, o Brasil registrou o maior volume de vendas de sua história, porém, a receita obtida não passou dos 1,4 bilhão de dólares.

Guatemala —A Anacafé (Associação Nacional de Café da Guatemala) informou que os embarques do país, em fevereiro, chegaram a 393.915 sacas. Esse total é 20,52% maior que o observado no mesmo mês do ano passado, 326.834 sacas. Desde o início da safra atual, o país registrou a remessa de 1.195.436 sacas, 28,33% a mais que o verificado no mesmo período do ano safra anterior (931.528 sacas). Segundo a Associação, os números maiores não refletem necessariamente uma safra mais robusta. A entidade apontou que cerca de 500 mil sacas embarcadas na safra ainda referem-se ao período 2001/02, ano em que as remessas do país totalizaram 3,038 milhões de sacas.

Costa Rica —A Costa Rica efetivou o embarque de 204.526 sacas em fevereiro, informou o Icafé (Instituto de Café da Costa Rica). Esse volume é 1,59% menor que o observado no mesmo mês do ano anterior, 207.837 sacas. Nos primeiros cinco meses do atual ano safra, o país centro-americano acumula a remessa de 653.279 sacas ao exterior, 16,37% a menos que o aferido em período similar do ano passado (781.129 sacas). Em 2001/02, a Costa Rica exportou um total de 2,018 milhões de sacas, total 8,15% menor que o verificado em 2000/01 — 2,197 milhões de sacas.

Em destaque

*O Malaui é o mais novo integrante da Organização Internacional do Café. Com a adesão do país africano, a entidade passa a contar com 49 países membros. O Malaui é um pequeno produtor do sul da África, sendo que em 2002 teve seus embarques calculados em 67 mil sacas.

*As indústrias de torrefação dos Estados Unidos processaram em 2003, até o último dia 15 de fevereiro, um total de 2.755.000 sacas. Esse volume é 0,90% menor que o observado no mesmo período do ano passado — 2.780.000 sacas. Na semana encerrada em 15 de fevereiro, as torrefações norte-americanas realizaram o processamento de 425 mil sacas.

Fonte: Coffee Break (www.coffeebreak.com.br)

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