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Embrapa apresenta abelhas sem ferrão na Agrishow

Objetivo é aumentar polinização por abelhas para agricultores



Pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA) e da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP) desenvolvem projeto com o objetivo de possibilitar a instalação da primeira biofábrica de polinizadores no Brasil e oferecer o serviço de polinização por abelhas para os agricultores que dependem delas. O projeto é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) por meio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe) e tem parceria com a empresa Promip, do setor de controle biológico.

Esse estudo está sendo apresentado na 21ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto, que termina no dia 2 de maio, onde pesquisadores do projeto estão disponíveis para esclarecimentos e serão exibidas três colmeias de observação com abelhas vivas, cada qual com uma espécie diferente de abelha sem ferrão.

"O desenvolvimento da produção em massa de abelhas sem ferrão e a definição de um protocolo para o manejo comercial dessas colmeias na polinização das culturas disponibilizarão aos agricultores nova tecnologia, prática, eficiente e sem riscos à saúde, para a redução do déficit de polinização existente nas lavouras. Com a constatação do aumento na produtividade, essa tecnologia deverá promover, junto aos agricultores, a adoção de boas práticas na condução das culturas, como a adesão ao manejo integrado de pragas, melhorando a qualidade e a segurança dos alimentos", disse Kátia Braga, pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e integrante do projeto,

A maioria das plantas cultivadas no mundo depende de animais para produzir frutos e sementes. Elas oferecem recompensas nas flores, como o néctar, e em troca os visitantes transportam os grãos de pólen da parte masculina para a parte feminina das plantas. Esse processo é chamado de polinização e sem ele duas a cada três plantas cultivadas no mundo deixariam de produzir frutos e sementes.

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Animais - Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e também integrante do projeto, explica que diversos animais podem atuar como polinizadores, como borboletas, pássaros, morcegos, besouros e moscas, mas as abelhas se destacam nessa tarefa e durante muito tempo realizaram esse serviço gratuitamente.

"Entretanto, enfatiza Menezes, por causa da destruição dos ambientes naturais, das extensas áreas de monocultura e uso excessivo de agrotóxicos, a população de polinizadores na agricultura está em declínio e já é insuficiente em culturas agrícolas economicamente importantes, especialmente na fruticultura. A maioria dos produtores de maracujá, por exemplo, precisa contratar pessoas para transferir o pólen de uma flor para outra manualmente, pois já não há abelhas suficientes de forma natural", observou.

Por isso, atualmente os agricultores precisam contratar o serviço de polinização para aumentar a produtividade. No Brasil esse é um serviço pouco utilizado, mas em outros países se tornou uma atividade econômica importante. Nos Estados Unidos, por exemplo, os agricultores investem cerca de US$ 150 milhões anualmente na contratação de serviços de polinização, oferecidos principalmente por apicultores que transportam e alugam colônias de Apis mellifera durante o período de floração de culturas.

Para os pesquisadores, a realidade já começou a mudar no Brasil. Em Santa Catarina, alguns produtores de maçã pagam aos apicultores cerca de R$ 60,00 por colmeia para que eles coloquem as abelhas na sua plantação durante o período de floração.

Esse novo segmento de mercado promete mudanças positivas no cenário agrícola brasileiro, porém, a adoção dos serviços de polinização exigirá do agricultor algumas adaptações no manejo da propriedade e nas práticas culturais. 

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