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Embrapa divulga informações sobre secagem e armazenagem de trigo

A secagem artificial de grãos caracteriza-se pela movimentação de grandes massas de ar aquecidas


Industriais entraram em contato com a Embrapa Trigo para esclarecimentos sobre fatos que vem ocorrendo neste ano: o recebimento de trigo queimado (cheiro forte) e alta incidência de insetos mortos. Eles acreditam que tal fato esteja ligado ao processo de secagem e armazenamento mal conduzidos. Para ajudá-los, Casiane Tibola e Irineu Lorini, , pesquisadores da Embrapa Trigo, que já desenvolvem estudos relacionados ao tema, reuniram material para auxílio pontual.

A secagem artificial dos produtos agrícolas, particularmente os cereais, consiste na rápida eliminação do conteúdo de água, visando a adequada conservabilidade. Os parâmetros que mais influenciam na velocidade de secagem são o fluxo de ar e a temperatura que atinge o grão no secador. Segundo as Informações Técnicas da Comissão Centro-Sul Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale de 2005, a secagem artificial de grãos caracteriza-se pela movimentação de grandes massas de ar aquecidas, resultando em diferentes gradientes de umidade entre a superfície do grão e o interior desse, propiciando a secagem.

A secagem de trigo é uma operação crítica na seqüência do processo de pós-colheita. Como conseqüência da secagem, podem ocorrer alterações significativas na qualidade do grão, como trincamento e quebra. A possibilidade de secagem propicia um melhor planejamento da colheita e o emprego mais eficiente de equipamentos e mão-de-obra, mantendo a qualidade do trigo colhido.

De acordo com Ricardo Ramos Martins, da Emater/RS Ascar, um dos principais pesquisadores nacionais na área de secagem de grãos, vários secadores comerciais apresentam incorreções no dimensionamento das fornalhas à lenha, principalmente no tocante ao volume e à área da grelha. Além do dimensionamento incorreto, destacam-se também problemas associados a operação inadequada, uso de lenha verde ou úmida e a insuficiência de vazão do ventilador. Martins, em capítulo publicado no livro Armazenagem de Grãos (2002), descreve que estes fatores ocasionam contaminações nos grãos com fumaça, tendo sido detectada inclusive a rejeição por suínos, aves e gado leiteiro de rações produzidas com grãos contaminados.

O pesquisador alerta ainda, que os resíduos depositados nos grãos, gerados pela combustão em fornalhas de fogo direto são vinculados à emissão da fumaça na queima da lenha, ao tipo de secador, a corrente de ar aquecido e ao tipo de grão. Para tanto, a fim de minimizar efeitos desse processo, Martins lembra que é importante manter limpos os cinzeiros abaixo da grelha, o abastecimento da fornalha deve ser feito sem altas variações de temperatura e a lenha deve ser homogênea mantendo temperatura na cama de combustão por volta de 600o C.

A lenha é o combustível mais usado na secagem de grãos. Mas, recentemente, está sendo difundindo o uso de gás liqüefeito de petróleo (GLP), em secadores cujas condições de queima são mais controladas, em relação ao uso da lenha. A preocupação com a contaminação e os problemas com produtos agrícolas tem estimulado o desenvolvimento de pesquisas em secagem de trigo pela Embrapa Trigo e a Emater/RS. Um exemplo é o uso de substitutos à lenha, como gás liqüefeito de petróleo (GLP), que é mais indicado para a secagem, considerando as desvantagens que a lenha apresenta: combustão descontínua e irregular, formação de fumaça que se impregna no grão, alta demanda de mão-de-obra e de espaço próprio para cultivo de espécies florestais. As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa.

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