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Embrapa diz que não vai competir com gigantes comerciais

A Embrapa se voltou para setores mais estratégicos, onde as gigantes do agronegócio não tinham direcionado seus esforços


A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) parece ter definido suas áreas de atuação e não pretende concorrer com as gigantes comerciais do agronegócio. É isso que afirma o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, que explica que em vez da empresa investir recursos públicos para conseguir competir no mercado, a preferência é manter a tensão em setores estratégicos e pouco explorados. 

Após muitos nos liderando pesquisas de melhoramento genético e fornecimento de sementes para as mais diversas culturas, a Embrapa sofreu com a redução de sua participação nesses mercados mais competitivos devido a aprovação das legislações de patentes e proteção de cultivares no fim da década de 90. De acordo com Lopes, a partir desse momento a Embrapa se voltou para setores mais estratégicos, onde as gigantes do agronegócio não tinham direcionado seus esforços, como é o caso das pastagens por exemplo. 

"O melhoramento de pastagens tropicais é exemplo de uma escolha estratégica que ajuda a nossa pecuária a alcançar posição de grande destaque no mundo. Se no futuro a pesquisa privada se interessar por esse setor, a Embrapa reduzirá sua pesquisa em pastagens e destinará esforços a outros setores ainda carentes de pesquisa e inovação", declara. 

O presidente da Embrapa a compara a pesquisa pública como uma "locomotiva limpa-trilhos" que, segundo ele, "vai à frente, assumindo missões de maior risco e prazos longos", formulando desse modo um terreno sólido para que outras empresas invistam. Ele explica que seria utopia pensar que uma empresa que funciona com investimentos públicos teria chance de alcançar os mesmos resultados do que que as corporações privadas que investem grandes quantias em pesquisas nessas duas áreas. 

"Não faria sentido a Embrapa optar por reduzir seu escopo de atuação e concentrar recursos escassos para competir com empresas privadas em mercados extremamente intensivos em capital", analisa. 

Segundo Lopes, o problema não está na área pesquisada ou no modo como a pesquisa pública é conduzida, mas sim no próprio mecanismo governamental que as rege. "Para solucionar tais imperfeições de mercado, políticas públicas e mecanismos de livre concorrência é que precisam ser eficientemente mobilizados", finaliza. 

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