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Embrapa doa manívas de mandioca de mesa para indígenas

Pesquisas possibilitaram a doação de manívas de mandiocas para a Casa de Sementes Tengatui Marangatu


Foto: Marcel Oliveira

Pesquisas com variedades de mandioca desenvolvidas pela Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados/MS, possibilitaram a doação de manívas de mandiocas para a Casa de Sementes Tengatui Marangatu, da Aldeia Jaguapiru. Essas manívas serão destinadas para a produção de ramas de mandioca, que no devido momento serão distribuídas para a comunidade indígena cultivar em suas terras.

O Chefe-Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste, Auro Akio Otsubo explica que as manívas de mandioca fornecidas são de duas cultivares de mesa: BRS 399 e BRS 396 e explica que “são variedades extremamente produtivas, tolerante as principais doenças, que apresentam boa produção de rama”. Segundo ele, as raízes das duas variedades (mandioca) têm características que o consumidor do Mato Grosso do Sul aprova, pois são precoces, amarelas e com bom cozimento. Ele acrescenta “apresentam altos teores de carotenos, o que no campo nutricional tem uma riqueza maior de vitaminas tornando a mandioca ainda mais nutritiva”.

Ação - O responsável pela Casa de Sementes e professor da Escola Municipal Indígena Tengatui Marangatu, Cajetano Vera, responsável por receber as doações e articular com as lideranças indígenas o cultivo das manívas para fins de produção de ramas para a comunidade destaca a importância da doação  e explica “na aldeia de Dourados não está tendo manívas de mandiocas para o plantio e os indígenas usam mandiocas como alimentos e também na geração de renda”.

Ele acrescenta ainda que apesar desse projeto ainda estar em fase inicial de plantio, os resultados já são animadores. Segundo Cajetano, deve levar cerca de seis a oito meses para que as mudas possam ser distribuídas a comunidade local e explica “dependemos muito das condições climáticas durante o inverno, que influencia no crescimento e amadurecimento da rama. Depois, temos que cortar e preparar a distribuição do material”.

Cajetano informa que as manívas doadas pela Embrapa estão sendo cultivadas na propriedade do senhor Galdêncio Benites, localizada na Aldeia Bororó, que disponibilizou dois hectares para o plantio. Ele conta ainda que a doação das ramas para a comunidade indígena deverá priorizar inicialmente os indígenas que possuam terras aptas para o cultivo, dando preferência aos feirantes, que contam com apoio da Funai e acrescenta “pretendemos ainda fazer um levantamento das famílias interessadas, mas por enquanto ainda estamos plantando para produção de rama. Contamos com o apoio de dois alunos indígenas e bolsistas CNPq que vão nos auxiliar nessa atividade”.

Sustentabilidade - O Chefe-geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Harley Nonato de Oliveira, destaca a importância dessa doação e explica “como a Unidade está localizada em Dourados, município com uma das maiores populações indígenas do Brasil, é importante ter ações que contribuam com a segurança alimentar e com a geração de renda para essa comunidade de agricultores familiares”.

Harley destaca ainda que a utilização de tecnologias da Embrapa, especialmente nesse caso, com uso das novas cultivares de mandioca, de alta qualidade e adaptadas às condições regionais, vai aumentar a produtividade e gerar melhorias na qualidade da mandioca de mesa comercializada pelos indígenas na cidade. Ele acrescenta que “essa parceria reforça a missão institucional da Embrapa e o compromisso com a sociedade em geral”.

Outro ponto destacado por Otsubo se refere a uma questão de cidadania e ele explica “tradicionalmente os agricultores familiares indígenas cultivam mandioca tanto para sua subsistência quanto para comercialização do excedente de produção de suas lavouras, seja em feiras ou de porta em porta na cidade. Acreditamos que no futuro, com essas variedades da Embrapa, a qualidade do produto comercializado pelos indígenas será muito melhor e queremos que a sociedade douradense saiba disso e dê preferência para consumir esses alimentos, produzidos pela comunidade indígena local, gerando renda para e contribuindo com o desenvolvimento sustentável de nossa comunidade”.

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