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Embrapa inaugura obras de revitalização do Campo Experimental do Rio Urubu

Mais de R$ 3 milhões foram investidos em novas edificações


Mais de R$ 3 milhões foram investidos em novas edificações
 
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) inaugura, na quinta-feira, 20 de outubro, as obras de melhoria da infraestrutura física do Campo Experimental do Rio Urubu (Ceru), localizado no município de Rio Preto da Eva e dedicado à realização de pesquisas com dendê e caiaué. Pertencente à Embrapa Amazônia Ocidental, o Ceru foi totalmente remodelado, com investimentos de R$ 3,1 milhões que garantem não só novo ânimo à equipe, como também a potencialização dos trabalhos realizados no local. 
 
O conjunto de obras compreende um novo alojamento para os empregados, um novo prédio para a administração e um novo galpão de apoio. 
 
O alojamento possui 30 apartamentos, semelhantes aos de um hotel, com banheiro privativo e ar condicionado, onde os funcionários ficam acomodados com conforto e segurança. No local foi construído um centro de convivência, com copa, área para televisão e sanitários, além de uma quadra de vôlei. Os quartos contam, ainda, com armadores de rede, uma solicitação dos funcionários durante a fase de elaboração do projeto executivo, e há também a disponibilidade de uma rede wi-fi para acesso a internet – uma das conquistas mais comemoradas pelos empregados. 
 
O prédio da administração possui salas para a supervisão do Campo e para os técnicos, refeitório para 40 pessoas, cozinha, despensa, sanitários, sala com computadores para inclusão digital, sala para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes/ambulatório, almoxarifado e auditório para 50 pessoas, além de espaço para estacionamento de veículos. 
 
O galpão de apoio conta com 537 m² para abrigar veículos, máquinas e implementos agrícolas, além de um depósito para insumos agrícolas, com 335 m². "Para dar suporte a essas diversas obras foi necessário efetivar melhoria de algumas infraestruturas, como a construção de um novo reservatório de água, com 15 mil litros, rede de distribuição de água e rede de reaproveitamento de água da chuva do galpão, além da instalação de mais um gerador de energia", explicou o engenheiro da Embrapa Amazônia Ocidental, Alessandro Kremer. 
 
Fortalecimento da pesquisa
No Brasil, a Embrapa foi pioneira nas pesquisas e conduz os trabalhos de conservação e melhoramento genético do dendezeiro (Elaeis guineensis), de origem africana, e também do caiaué (Elaeis oleifera), palma de origem americana. A partir do estudo e conhecimento dessas espécies, a Empresa tem desenvolvido tecnologias que garantem o bom desempenho dos cultivos da palmeira no campo, com alta produtividade, resistência a pragas e doenças e melhor qualidade do óleo, além da sustentabilidade dos plantios, diminuição do custo de produção e alternativas viáveis para a agricultura familiar. 
 
Graças ao apoio das pesquisas realizadas no Campo Experimental do Rio Urubu, o Brasil avançou no conhecimento da palma de óleo, e hoje já conta com sistemas de produção, tecnologias para produção de sementes e zoneamento agroecológico da cultura. Também já foram lançadas oito cultivares, sendo sete do tipo tenera e um híbrido a partir do cruzamento entre o dendezeiro e o caiaué, a BRS Manicoré.
 
Conforme o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Amazônia Ocidental, Celso Paulo de Azevedo, as obras, além de recuperarem a estrutura física de mais de 30 anos do Ceru, representam qualidade de vida no ambiente de trabalho, melhoria das condições ambientais gerais, promoção da segurança e integração social. "Nossa expectativa é que as melhorias físicas realizadas tenham um reflexo no desenvolvimento das atividades de cada trabalhador  daquele Campo, partindo-se do princípio básico que as pessoas são mais produtivas  quando mais satisfeitas e envolvidas com o próprio trabalho", destacou. 
 
O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Ricardo Lopes, reforçou a importância do Ceru para conservação do germoplasma de dendê e caiaué, através do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) mantido no local, composto pelo maior e mais diversificado número de subamostras de caiaué do mundo e também um dos maiores de dendezeiro. "Esse germoplasma é um importante patrimônio do Brasil. Se perdido, fica comprometido o futuro do melhoramento genético da espécie no País. As melhorias na infraestrutura eram fundamentais para dar continuidade às atividades desenvolvidas. No entanto, temos ainda grande desafio para transformar o patrimônio disponível em produtos que atendam as demandas da cadeia produtiva da palma de óleo, que pede por novas cultivares, mais produtivas, com menor porte e adaptadas a estresses bióticos e abióticos e que são fundamentais para manter o cultivo da espécie competitivo e sustentável no Brasil", disse. 
 
Segundo Lopes, para melhor valorizar e explorar esse ativo mantido pela empresa, a Embrapa tem buscado parcerias com empresas privadas que podem contribuir com recursos humanos e financeiros necessários às atividades de pesquisa no Ceru e também para realização dos testes de progênies do programa de melhoramento nas áreas de cultivo no Pará, Estado que concentra mais de 90% dos plantios do País. "O investimento na infraestrutura do Ceru deve ser considerado como uma contrapartida da Embrapa. Precisamos agora maior participação da iniciativa privada, e isto já está em andamento", disse.
 
Produção de sementes
De 1992 a 2015 o Ceru produziu e comercializou cerca de 13 milhões de sementes germinadas, o suficiente para o plantio de aproximadamente 75 mil hectares. As sementes produzidas, tanto de cultivares tenera como do híbrido interespecífico, têm qualidade reconhecida pelas empresas nacionais e de fora do país, já tendo sido exportadas para vários países, principalmente da América do Sul. "Sem a produção de sementes da Embrapa os produtores estariam totalmente dependentes de sementes importadas e sem o germoplasma mantido no Ceru não existiria produção de sementes de cultivares melhoradas no País", explicou Lopes.
 
Obras entregues no valor contratado
A chefe-adjunta de Administração da Unidade, Nádima Campelo, ressaltou, como mais uma conquista, o fato de as obras terem sido concluídas sem nenhum aditivo de preço. "Entregamos a obra no valor contratado, fruto de corretos e adequados projetos básicos e executivos, e de ações de acompanhamento e fiscalização altamente técnicos e competentes, fatos que valorizam e dão eficiência aos recursos limitados que dispomos para investimento na infraestrutura física da Unidade", pontuou. 
 
Qualidade de vida

O novo alojamento é obra que traduz bem o significado do termo qualidade de vida no trabalho. É o que assegura o assistente Luiz Arruda Dias. Mesmo depois de 26 anos de Ceru, ele diz ser possível ter vida nova no trabalho. "Tudo está melhor com essa obra. Se você dorme bem, se alimenta bem e tem um lugar agradável para viver, você realiza suas atividades com mais satisfação e com melhores resultados", disse. 
 
Além de qualidade de vida no local de trabalho, as melhorias no Ceru também refletem diretamente nas relações familiares dos empregados. "Como passamos a semana aqui, é bom ter um lugar confortável para ficar, pois nossas famílias sabem que estamos bem. Assim trabalhamos tranquilos para dar uma condição melhor para eles", completou Dias.
 
O assistente Sebastião Alves Pereira, há 29 anos no Ceru, concorda com seu colega, e acrescenta: "estamos recebendo da empresa esse alojamento confortável, onde você tem suas coisas, fica à vontade. Faz com que a gente se sinta feliz e assim a gente vai trabalhar bem, sem problema nenhum. Quando você recebe um presente desses, tem que agradecer, zelar e trabalhar feliz", disse. 
 
O centro de convivência construído na parte central do alojamento é espaço importante para os colegas de trabalho. Segundo Sebastião Pereira, é no local onde os amigos se reúnem para assistir TV, jogar sinuca, ver o futebol e conversar. "Esse espaço que fica na parte central do alojamento é bom para nos reunirmos, para bater um papo e fortalece a nossa união", disse. 
 
Outra conquista importante é o acesso à internet diretamente nos alojamentos, o que facilita a comunicação entre os empregados e familiares. "Agora está melhor para a gente falar com a família ou até para resolver um problema com a internet nos alojamentos", explicou Dias. 
 
O supervisor do Ceru, Bruno Araújo Cruz, também comemorou a entrega das obras. "Nitidamente percebemos melhoria significativa da satisfação e da qualidade de vida dos funcionários. Eles se sentem valorizados com esse investimento importante para melhor atendê-los. Um recurso como a internet no próprio alojamento pode parecer simples, mas isso muda a vida dos colegas, porque eles conseguem estar em contato com a família com mais facilidade. Essa obra vem em boa hora não só para fortalecer a estrutura do Ceru, mas também para nos unir ainda mais", disse. 
 
Dendê
Nativo da África Ocidental, o dendezeiro foi introduzido na América no século XVI. Seu fruto produz dois tipos de óleo: o de dendê, extraído do mesocarpo (polpa) do fruto; e o de palmiste, extraído do endosperma (amêndoa). É a mais produtiva oleaginosa, superando a soja em até dez vezes em produção de óleo/área plantada. O cultivo com técnicas agronômicas para alta produtividade desta cultura no Brasil foi iniciado na década de 1960, no Pará. O Instituto Agronômico do Norte (IAN), hoje Embrapa Amazônia Oriental, realizou estudo de aptidão de materiais melhorados por meio de cooperação com o Institut de Recherches pour les Huiles et Oléagineux (IRHO), da França, atual Centre de Coopération Internationale en Rechecher Agronomique pour le Développement (Cirad). 
 
Histórico
No início da década de 1980, a fim de atender a demanda tecnológica que daria suporte ao Programa Nacional de Óleos Vegetais para Fins Energéticos (PROÓLEO), a Embrapa estabeleceu o Programa Nacional de Pesquisa do Dendê e transformou o Centro Nacional de Pesquisa de Seringueira, localizado em Manaus, em Centro Nacional de Pesquisa de Seringueira e Dendê, hoje Embrapa Amazônia Ocidental. Nessa Unidade foi criado, em 1982, o Campo Experimental do Rio Urubu (Ceru), em Rio Preto da Eva (AM), onde, por meio de cooperação com o IRHO, foi estabelecido o Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de dendê e caiaué, hoje um dos mais importantes do mundo, com intuito principal de atender à demanda nacional de sementes germinadas de dendê, a qual, até meados da década de 90, era totalmente dependente de fornecedores estrangeiros. Atualmente, a Embrapa é a única empresa brasileira detentora de matrizes com programa de melhoramento genético a produzir sementes comerciais germinadas de dendezeiro.
 
Localizado no Distrito Agropecuário da Suframa, zona rural do município de Rio Preto da Eva, o Ceru somente teve acesso à energia elétrica da concessionária em 2013, com aporte de recursos da Embrapa de mais de R$ 1 milhão para implantação da rede de distribuição. Conforme o chefe-geral da Embrapa Amazônia Ocidental, Luiz Marcelo Brum Rossi, as obras entregues somam-se aos benefícios que a energia elétrica proporcionou, em segurança, conforto e comodidade, e à melhoria no desempenho das atividades técnicas e de apoio atribuídas às equipes daquele Campo Experimental.  "Nosso sentimento é de alegria e orgulho por ter conseguido realizar essas obras na nossa gestão, antigo sonho e aspiração tanto das equipes do Ceru como dos gestores anteriores", declarou.
 
Presença da diretoria da Embrapa

Além da presença de parceiros externos e de empregados e da chefia da Unidade, o evento de inauguração das obras do Ceru vai contar com a presença da alta direção da Embrapa. 
 

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