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Embrapa lança livro “A Mangabeira As Catadoras O Extrativismo”

Dezenas de catadoras de mangaba de vários municípios sergipanos prestigiaram o lançamento


Dezenas de catadoras de mangaba de vários municípios sergipanos prestigiaram o lançamento do livro “A Mangabeira As Catadoras O Extrativismo”, realizado na Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), na quarta-feira (8).

Editada pela Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA) e Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), com patrocínio do CNPq, a obra traz a visão de diversos pesquisadores sobre aspectos da realidade em torno da fruta e das comunidades que garantem o sustento a partir da sua extração.


A cerimônia foi marcada por alegria e emoção, tanto das catadoras quanto dos editores técnicos presentes – o pesquisador Josué Francisco da Silva Junior e a analista Raquel Fernandes, da Embrapa Tabuleiros Costeiros. Dalva Maria da Mota, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, e o professor Heribert Shmitz, da Universidade Federal do Pará (UFPA), que dividem a edição, assistiram ao lançamento por meio de videoconferência pela internet, da Inglaterra, onde Dalva faz pós-doutorado.

Edson Diogo Tavares e Cláudio de Carvalho, chefes-gerais respectivos da Embrapa Tabuleiros Costeiros e da Embrapa Amazônia Oriental, estiveram presentes e ressaltaram a importância da obra. “Este livro é fruto de um esforço coletivo de pesquisa muito relevante, e representa a grande contribuição da ciência para o modo de vida das catadoras e a conservação da mangabeira no Brasil”, disse Carvalho.

Homenagem

Josué falou em nome dos editores e autores e fez um discurso emocionado, prestando grande tributo aos colegas e amigos editores e autores, e especialmente às catadoras. “Esta obra é dedicada a vocês, que por anos nos recebem em suas comunidades e suas casas com o carinho digno de membros da família. O nosso trabalho busca sempre a conservação da mangabeira, que é o seu sustento, e o reconhecimento cada vez maior de vocês enquanto comunidade organizada”, declarou.

O autor disse, ainda, que o livro é o fruto mais recente de mais de oito anos de trabalho de muitos especialistas, esforço que contribuiu para conquistas como a instituição do Movimento das Catadoras de Mangaba (MCM), o reconhecimento oficial das catadoras como população tradicional do Brasil e a aplicação de políticas públicas em seu benefício, o mapeamento do extrativismo em Sergipe (estado que tem a mangabeira como árvore-símbolo) e as bases para a instituição da Reserva Extrativista do Litoral Sul de Sergipe. “A obra é um registro histórico e científico que sistematiza e organiza todo esse processo”, revela.

Em muitos momentos a emoção e saudade extravasaram, e as lágrimas dos presentes e daqueles do outro lado do Atlântico não puderam ser contidas. O momento mais emocionante ocorreu quando o sobrinho de Dalva e Heribert, Raimundo Coelho, foi ao púlpito para ler a carta de Dalva às catadoras, que a todo momento acenavam para a tela do computador, com olhos cheios de saudade da pesquisadora, defensora e amiga.


A presidente do MCM, Patrícia de Jesus, reconheceu a importância do livro e do trabalho dos pesquisadores para o fortalecimento do movimento das catadoras. “A atuação de todos tem sido fundamental para fortalecer o nosso movimento e promover a conservação da mangabeira, e tenho certeza de que a reserva extrativista será uma realidade muito graças ao esforço de vocês”, afirmou.

Depois da entrega de exemplares às catadoras representantes cada município, os autores autografaram as obras enquanto era servido um coquetel em que o principal ingrediente não poderia deixar de ser a mangaba. Geleia, bombons, suco e diversos quitutes trouxeram aos mais de 100 convidados o sabor marcante da fruta que é símbolo de cultura, história e luta de um povo.

Com tiragem limitada, o livro “A Mangabeira As Catadoras O Extrativismo” terá distribuição gratuita às catadoras e seus representantes, instituições de ensino e pesquisa, bem como órgãos públicos e entidades cuja atuação tenha como foco a conservação de recursos naturais e a promoção de políticas públicas de apoio a populações tradicionais. Para solicitar um exemplar, os interessados devem entrar em contato com a Embrapa Tabuleiros Costeiros através do seu Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) – [email protected] / (79) 4009-1344.

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