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Embrapa Trigo comemora 42 anos

A comemoração contou com um Dia de Campo exclusivo para os mais de 200 empregados, realizado em 28/10, na vitrine de tecnologias


No dia 28 de outubro, a Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS) completou 42 anos de história. O CNPT foi a primeira unidade da Embrapa, criada um ano após a sede da empresa em Brasília, DF. A comemoração contou com um Dia de Campo exclusivo para os mais de 200 empregados, realizado em 28/10, na vitrine de tecnologias.

Com a finalidade de incentivar o cultivo de trigo no Brasil, o Governo Federal, via a lei número 470, de 9 de agosto de 1937, criou a "Estação Experimental de Trigo". Esse estabelecimento, instalado em 1939, seria formalmente inaugurado em 22 de novembro de 1940, com a presença do Presidente Getúlio Vargas, ficando conhecida como "Estação Experimental de Passo Fundo", com sede na localidade de Engenheiro Luiz Englert (hoje pertencente ao município de Sertão). O local, uma área de 1700 ha, foi escolhido por se assemelhar aos preferidos pelos colonos, que produziam trigo em terras de mata.

Devido às limitações de localização e, especialmente, com o deslocamento das lavouras de trigo das áreas de mata para as áreas de campo, em 1969, esta estação experimental foi transferida para os arredores da cidade de Passo Fundo. Surgia aí, inaugurada em 23 de abril de 1972, a "Nova Estação Experimental de Passo Fundo", cujas instalações, às margens da rodovia BR 285, viriam a abrigar, a partir de 28 de outubro de 1974 a primeira unidade descentralizada da Embrapa: o Centro Nacional de Pesquisa de Trigo. A inauguração contou com a presença do então Presidente da República, Ernesto Geisel. A Embrapa Sede foi formalmente instalada no ano anterior, em 26 de abril de 1973.

Muitas histórias curiosas marcaram os primeiros anos de pesquisa com trigo na região. Um dos primeiros pesquisadores da Embrapa, Luiz Ricardo Pereira, conta que, ainda na Estação Experimental, jovens técnicos agrícolas e agrônomos, com idades entre 18 e 25 anos e exercendo seu primeiro emprego, se defrontavam com um veículo automotor pela primeira vez na vida: uma rural vermelha, carro de elite na época. O resultado foi uma marcha a ré equivocada que "atropelou" as parcelas com experimentos. No laudo, a perda do experimento foi "resultado de intempéries climáticas".

Outro fato histórico que influenciou o investimento na pesquisa com trigo no Brasil está nas páginas da biografia do jornalista Samuel Wainer (Minha Razão de Viver). Era ele integrante dos jornais associados de Assis Chateaubriand. Ele, a mando do chefe, foi ao Rio Grande do Sul fazer algumas entrevistas para provar que não havia a possibilidade de se plantar trigo no Brasil. Coisas que vinham na cabeça de seu patrão. Mas, depois das entrevistas, o repórter estava num impasse: o que traria para Chateaubriand era justamente o contrário. Era perfeitamente possível plantar trigo nas fazendas do sul.

Ainda assim, na época o senador Chateaubriand (registrado no livro "Chatô: O rei do Brasil") veio participar com o Presidente Jucelino Kubitschek da 6a Festa Nacional do Trigo, em Erechim, RS e, chamado para proferir o discurso oficial, mostrou-se um grande inimigo da triticultura brasileira : "Ó gaúchos... o trigo nunca passou de um acidente na vida econômica do Brasil e do Rio Grande. Possuís solos demasiado rico para desvalorizá-los com uma cultura pobre como a triticultura... a generalizada acidez de vossas terras impede qualquer cultura racional e econômica..." divaga Chatô, finalizando: "Gaúchos! O que vos quero dar é algo semelhante ao que o café foi para São Paulo. Abandonai o trigo, plantai capim, daí de comer a ovelhas, enchei vossas burras de dinheiro – terei dinheiro mais que suficiente para importar carros, champanhe e mulheres francesas para o vosso deleite!". O resultado foi que muitos produtores abandonaram o trigo e passaram a plantar aveia preta, com o resgate da triticultura quase uma década depois, alicerçado pelos resultados da pesquisa.

Inúmeras histórias fizeram parte da consolidação da pesquisa com trigo no Brasil e refletem o crescimento da estrutura que é a Embrapa Trigo hoje. São 229 empregados, trabalho numa área total de 436 hectares, dos quais 284 hectares são usados como campos experimentais e 22 mil metros quadrados de área construída. A uma estrutura que abrange 15 casas de vegetação, 4 blocos de telados totalizando aproximadamente 9.000 m² de área coberta, 11 laboratórios e 1 Banco Ativo de Germoplasma (BAG). Possui dois campos experimentais, sendo um junto à sede do centro de pesquisa em Passo Fundo (RS) e outro na cidade de Coxilha (RS).

Cerimônia de Aniversário
As comemorações do aniversário da unidade aconteceram no dia 28/10, com a programação chamada "A nossa colheita", que contou com relatos dos gestores, homenagens aos empregados mais antigos e dia de campo.

Foram homenageados dez empregados acima de 40 anos de trabalho na Embrapa: Antônio Faganello, Antônio Ricardo Panizzi, Euclydes Minella, Helena Andrade, Henrique Pereira dos Santos, João Carlos Haas, José Eloir Denardin, Júnior Edison Colla, Raul Alves dos Santos e Sirio Wiethölter.

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