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Empreendedores Gaúchos investem em projetos bioenergéticos

Iniciativas tiveram as concessões de incentivos do Fundopem/RS


Os projetos de biocombustíveis, como as usinas de biodiesel e as plantas de etanol, devem se expandir no Rio Grande do Sul nos próximos anos. Uma prova disso é que várias iniciativas desse setor tiveram as concessões de incentivos do Fundo Operação Empresa (Fundopem/RS) aprovadas na semana passada pelo governo gaúcho. São pelo menos R$ 136 milhões que serão investidos pela iniciativa privada na expansão de empreendimentos energéticos no Estado.

Um desses complexos é o da Bianchini Indústria, Comércio e Agricultura. O grupo instalará uma planta industrial em Canoas, destinada à produção de biodiesel à base de óleo de soja e outras gorduras, tanto vegetais quanto animais, interligada ao parque industrial da empresa já existente no município. O diretor-superintendente da companhia, Arlindo Bianchini, relata que a capacidade de produção alcançará cerca de 900 mil litros ao dia e a unidade absorverá investimentos de R$ 70 milhões. Conforme o dirigente, a operação deverá ser iniciada em meados do próximo ano.

Outro projeto aprovado no Fundopem é o da empresa Fuga Couros, do município de Camargo. A empresa terá incentivo para um projeto da ordem de R$ 39,6 milhões para implementar uma unidade industrial para produzir biodiesel a partir de sebo animal refinado (50%) e óleo de soja bruto (50%). Já a Oleoplan Óleos Vegetais Planalto vai investir R$ 26,4 milhões para expandir a captação e armazenamento de matéria-prima para a produção de biodiesel. A companhia ampliará em 47% a capacidade de processamento de soja da unidade de Veranópolis, passando das atuais 1,55 mil toneladas ao dia para 2,2 mil toneladas diárias.

O assessor técnico em energia da Secretaria da Infraestrutura e Logística, João Carlos Félix, lembra que, em 2008 e no ano passado, o Rio Grande do Sul foi o maior produtor de biodiesel do País. Ele ressalta que um dos motivos para esse cenário é a tradição gaúcha na produção de soja. Para os próximos anos, Félix prevê que uma outra cultura também ganhará espaço no Estado na área de bionergia: a cana-de-açúcar, para a fabricação de etanol. Ele argumenta que, com a inclusão do Estado no zoneamento da cana, aumenta o interesse por essa cultura. "Não há segredos tecnológicos nessa atividade, basta que a economia dê sinais que será uma ação lucrativa", comenta o assessor técnico.

O secretário estadual do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Josué de Souza Barbosa, concorda com Félix que a tendência é aumentar os investimentos em bioenergia no Rio Grande do Sul. Ele afirma que a perspectiva é de que se eleve a obrigatoriedade de adição de biodiesel na fórmula do óleo diesel (atualmente em 5%) e isso, por consequência, aumentará a produção interna do biocombustível. "Pessoalmente, acho mais vantajoso transformar a soja em combustível para atender ao mercado interno do que exportar o grão", diz Barbosa. Ele salienta ainda que o Rio Grande do Sul possui alternativas de outras oleaginosas que podem ser empregadas para essa finalidade, como a canola e o girassol.

Barbosa também aposta que nos próximos anos a fabricação de etanol crescerá no Estado. Um desses projetos é da empresa Norobios, na região de São Luiz Gonzaga, que deve produzir cerca de 120 milhões de litros de etanol ao ano, a partir de 2012. "Contaremos no futuro com uma matriz energética diversificada no Rio Grande do Sul", prevê o secretário.

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