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Empresa do agronegócio no PR apoia projeto de logística reversa

JBS investe em máquinas e treinamento para funcionários de cooperativa de coletores de materiais recicláveis em Maringá


A agroindústria é um dos ramos mais importantes do Paraná e também uma fonte que gera milhares de toneladas de resíduos. Mas diferente do que pode parecer em um primeiro momento, os valores movimentados pelo setor não param de girar quando chegam ao consumidor final. A indústria, que gera lixo como qualquer outra, pode fazer da reciclagem com maior valor agregado virar uma fonte de renda capaz de ser o sustento de centenas famílias.

Um projeto apoiado pela JBS em Maringá, no Noroeste do estado, tem mostrado como é possível reaproveitar materiais recicláveis de maneira mais eficiente para a natureza e para os envolvidos diretamente na iniciativa. A ação, que tem ainda a participação do Instituto Paranaense de Logística Reversa (ILOG), trabalha com a separação mais refinada de materiais. Com materiais parecidos separados em grupos (tampas com tampas, rótulos com rótulos e etc), a renda de pessoas que vivem da coleta de recicláveis deu um salto significativo.

Amauri Brasil, 41, vice-presidente da Copercentral, materiais recicláveis, diz que seu salário aumentou mais de duas vezes com a separação mais criteriosa proporcionada pelo projeto. “Dois anos atrás eu ganhava em torno de R$ 1,2 mil por mês. Agora, dependendo do esforço, dá para chegar de R$ 2,8 a R$ 3 mil. Eu considero uma boa renda, a gente vê hoje como que está a coisa, como está a crise, já dá para sobreviver bem”, diz. A renda descrita é obtida com o trabalho dele, da mulher e do filho.

Claudia Jardim, especialista em Sustentabilidade da JBS, diz que a ideia do projeto é justamente essa, levar uma melhora na qualidade de vida das pessoas que trabalham no local por meio do aumento da renda enquanto se aumenta o índice de reciclagem. “Em todo o material comprado pela central nós fazemos uma ‘retriagem’ detalhada do material. Usando o exemplo do plástico, temos a tendência de pensar que é tudo igual. Mas dentro de plástico, temos diversas categorias. E cada categoria, quanto mais você separa, tem mais valor”, cita.

Preconceito

Amauri Brasil disse que o mercado de recicláveis vive hoje um momento diferente em relação à imagem preconceituosa que predominava até certo tempo atrás. “Tem gente que pensa: ‘coitadinho, ele trabalha com reciclável, ganha pouco’. Esse tempo já foi”, diz. “Quem trabalha e quem pretende trabalhar, se você levar a sério o que for fazer, trabalhar dedicado, o reciclável hoje dá dinheiro e creio que futuramente vai dar mais dinheiro ainda. Cada vez a coisa está mais apertada para o meio ambiente”, prevê.

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