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Empresários aprovam ajuda ao setor pesqueiro


Os recursos anunciados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o setor pesqueiro foram considerados bons pelos empresários. O governo anunciou a liberação de R$ 1,5 bilhão para financiar embarcações de pesca oceânica, R$ 800 milhões para a modernização do setor no Norte e Nordeste e R$ 55 milhões para o Pronaf-Pesca. Estima-se que há mais de 20 anos o setor não recebia recursos para a modernização.

"O volume de financiamento e a equalização nos surpreendeu", disse José Eduardo Simão, presidente do Conselho Nacional da Pesca e Aquicultura (Conepe). No entanto, ele afirmou que mais do que recursos para o setor, o governo precisa se empenhar no ordenamento da pesca. Segundo ele, há quantidade excedente de pescadores em algumas espécies, fazendo com que caia a produção destes peixes. Na década de 70, por exemplo, o País capturava 300 mil toneladas de sardinha por ano, em 2002, foram 12 mil toneladas. De acordo com Simão, metade da frota pesqueira age de forma ilegal. "Queremos que na mesma velocidade da liberação dos recursos ocorra o ordenamento do setor", avalia.

Uma das propostas de Simão para este ordenamento é a extinção da pesca costeira (100 metros de profundidade). "Se mata a espécie no criadouro, não tem reprodução", afirma. Ele acredita também que os pescadores artesanais poderiam ser incentivados, com empréstimos bancários, a cultivar peixe, ou seja, aderir à aquicultura.

Produção de pescado

O investimento na área oceânica anunciado pelo presidente poderá representar para o País maior produção de pescado, aumento das exportações e ganho em receita. A meta do governo é passar de uma produção de 900 mil toneladas para 1,5 milhão de toneladas de pescado. Segundo dados do Conepe, no atum, por exemplo, a capacidade de captura é de 120 mil toneladas por ano, mas o País só consegue 40 mil toneladas por ano.

Simão, no entanto, afirma que os resultados seriam vistos no médio prazo, entre dois e três anos, assim que os barcos financiados estiverem no mar.

Valor agregado

Simão acredita que a modernização do setor vai significar ganho no valor agregado dos produtos, que podem receber melhor tratamento na embarcação. Com isso, avalia Simão, haverá maior receita e abertura de novos mercados internacionais para o pescado brasileiro. Para ele o financiamento poderia ser estendido à importação de embarcações e não somente para a construção. Segundo afirmou, muitos países estão desestimulando a captura de peixes e podem vender ao Brasil barcos modernos a custos baixos.

A equalização dos preços do óleo diesel para as embarcações, anunciada pelo presidente, também foi considerada positiva para aumentar a competitividade. Para Simão, países concorrentes têm custos menores de combustível. Na sua avaliação, a medida favoreceria as exportações.

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