Empresas químicas convocam medidas contra braço da OMS
Depois de denúncia, entidade de empresas químicas reage
Agrolink
- Leonardo Gottems
Depois de uma reportagem da agência Reuters que denunciou uma fraude na divulgação de um estudo da Agência International de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) onde a conclusão é de que o glifosato seria cancerígeno, o Conselho Americano de Química, que reúne empresas do setor, decidiu reagir através de um comunicado do seu CEO, Cal Dooler. No comunicado, os membros prometem tomar medidas contra a IARC.
Cal Dooler pediu uma investigação sobre a IARC. "O ACC e outras entidades solicitaram a reforma da IARC com base na persistente falta de transparência e conflitos de interesses generalizados dentro do programa de Monografias. [...] Faço um apelo a todos os países e organizações que fornecem fundos para a IARC para que se unam a mim e convoquem uma investigação do programa das Monografias e a implementação de reformas," diz o comunicado de Dooley.
Cal Dooley também alertou para a falta credibilidade da agência e a necessidade de rever todas as monografias já escritas pelo órgão. "Apresenta também novas provas perturbadoras de que a IARC demonstrou falta de objetividade, credibilidade e integridade. A omissão deliberada de provas críticas revelada por esse novo relatório deve ser motivo de grande preocupação para todas as pessoas e instituições que acreditam que a ciência imparcial deve ser o maior elemento de revelação da verdade e de equilíbrio nos acalorados debates sobre políticas. Nesse caso, parece que a ciência falou a verdade, mas a IARC não."
Finalmente, o Conselho Americano de Química diz que as pessoas responsáveis sofrerão as devidas consequências. "As alegações de hoje, porém, de nítida manipulação das informações e a desconsideração de provas científicas claras reforçam a necessidade urgente de uma investigação completa conduzida por terceiros independentes. Em última análise, a liderança e a equipe da IARC devem ser responsabilizadas", conclui