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Encontro mostra experiências em várias regiões do País

Evento estimula novas articulações e parcerias para o desenvolvimento local sustentável no Brasil


Com a irrigação, o município baiano de Bom Jesus da Lapa tornou-se grande produtor de banana. Estimular novas articulações e parcerias para o desenvolvimento local sustentável no Brasil e contribuir para a cooperação internacional, com foco em países de língua portuguesa. Esses são os objetivos da V Expo Brasil Desenvolvimento Local, que será realizada desta quarta-feira (06-12) a sábado em Salvador (BA). O evento vai reunir agentes locais de vários estados e especialistas brasileiros e internacionais. Haverá ainda apresentação de 40 experiências do Brasil e do exterior.

Uma das experiências baianas de desenvolvimento local a ser apresentada é o Projeto Formoso de Irrigação, que tem à frente a Cooperativa dos Produtores de Frutas de Bom Jesus da Lapa (Coofrulapa). A iniciativa transformou o município, que fica a 800 quilômetros de Salvador, às margens do Rio São Francisco, no maior produtor de banana da Bahia e um dos maiores do País.

Em apenas dois anos de atividades de comercialização de bananas, a entidade já é referência de boas práticas de gestão dentre os projetos de fruticultura desenvolvidos pelo Sebrae em todo o Brasil. Hoje são 18 funcionários e 92 associados ativos que produzem 1.104 toneladas de banana por ano. A previsão é que a produção triplique até 2007. A cultura da banana movimenta ainda em Bom Jesus da Lapa cerca de 700 caminhões/mês, o que representou em 2005 cerca de R$ 35 milhões.

Para o diretor do Sebrae Bahia, Edival Passos, o desenvolvimento local é extremamente importante para a sustentabilidade dos pequenos negócios. "Então, discutir, implementar e desenvolver fóruns de desenvolvimento local é discutir, em outras palavras, a construção de ambientes favoráveis aos pequenos negócios", explica.

Além do trabalho de fruticultura em Bom Jesus da Lapa, o Sebrae Bahia vai apresentar o estudo Economia de Praia, a experiência do Banco do Povo de Vitória da Conquista, o trabalho de cultivo de mandioca no estado e o Arranjo Produtivo Local da ovinocaprinocultura na região de Jussara, no semi-árido baiano.

"O fundamental é não cair na idéia de que desenvolvimento local tem dono. Ele não pode ser apropriado por nenhum governo ou instituição", afirma o sociólogo Caio Silveira, coordenador da Expo e da rede de conhecimento sobre desenvolvimento local, sediada na Rede de Informações para o Terceiro Setor (Rits).

Para ele, o evento é sobretudo uma oportunidade especial de aprendizagem compartilhada, tendo como referência o impulso ao desenvolvimento de base territorial como caminho de superação das desigualdades e da segregação social.

A Expo Brasil Desenvolvimento Local incorpora também diversos encontros e fóruns no âmbito do evento. Entre eles, destacam-se o primeiro Fórum Nacional da Rede de Tecnologia Social (RTS), o primeiro Encontro Nacional de Fóruns de Mesorregiões (organizado pelo Ministério da Integração Nacional) e o Fórum de Países de Língua Portuguesa sobre Desenvolvimento Local.

O Fórum da RTS, que reunirá mais de 300 integrantes, debaterá formas de promover o desenvolvimento sustentável mediante a difusão de tecnologias sociais e sua reaplicação em escala. As tecnologias sociais compreendem produtos, técnicas ou metodologias, reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que devem representar efetivas soluções de mudança social.

Na edição deste ano, os debates da Expo Brasil estão estruturados em torno de dois eixos estratégicos: o desafio da consolidação de novas iniciativas para o desenvolvimento local e a articulação dessas iniciativas com base em princípios como o da economia solidária.

As iniciativas locais serão apresentadas por gestores de projetos e lideranças locais, abrangendo diferentes referências quanto ao desenvolvimento em pequenos e médios municípios; em mesorregiões; em grandes cidades e regiões metropolitanas; em consórcios intermunicipais; em agências de desenvolvimento; em Arranjos Produtivos Locais; e na gestão integrada de bacias hidrográficas, entre outros.

Além do acréscimo no número de entidades envolvidas, um diferencial desta quinta edição será a ênfase em comunicação, com realização de oficinas, e o foco na cultura como fator para que haja maior desenvolvimento local.

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