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Endividamento dos mais pobres volta a recorde

A série histórica desse levantamento do Ibre começou em maio de 2009


Foto: Divulgação

O endividamento dos brasileiros mais pobres deu um salto e voltou a patamar recorde, de acordo com informações de um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Nesse cenário, 22,3% da população com renda de até R$ 2.100 se dizia endividada em abril. 

A série histórica desse levantamento do Ibre começou em maio de 2009, sendo que esse patamar de endividamento só foi visto em junho de 2016, quando o Brasil enfrentava uma combinação de crise política e econômica por causa do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Por mais que o endividamento tenha aumentado em todas as classes sociais, o quadro tem sido dramático para os mais pobres porque a capacidade desse grupo de construir uma poupança precaucional é pequena. 

"Na verdade, não é nem uma poupança. É guardar um dinheiro este mês para poder pagar as suas contas no mês que vem e ter um pouco mais de tranquilidade", diz Viviane Seda, pesquisadora do Ibre. "A capacidade das famílias de baixa renda de construir uma poupança foi se esgotando conforme houve uma interrupção de vários programas do governo", afirma Viviane. 

Para a maioria da população, o governo pagou a primeira rodada do auxílio emergencial até dezembro do ano passado. O benefício voltou em abril deste ano, mas num formato bem mais enxuto. "No ano passado, a renda do emprego foi compensada pelo Auxílio Emergencial, mas este ano deve ser apenas parcialmente compensada", afirma Luiz Rabi, economista da Serasa. "Isso gera um buraco no orçamento das famílias”, conclui ele, dizendo que a situação deve piorar. 

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