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Entidades questionam interdições de plantas

Associações de produtores de aves, suínos e bovinos divulgaram nota de repúdio


Foto: Pixabay

A Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA, a Associação Gaúcha de Avicultura – ASGAV, o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas no Estado do Rio Grande do Sul – SIPARGS, o Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul - SIPS   e a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul - ACSURS receberam com indignação as interdições impostas às unidades frigoríficas gaúchas de Lajeado e Passo Fundo.

As entidades alertam sobre o grave risco que ações impostas com base em decisões emocionais poderão gerar à toda a comunidade e ao país, especialmente no quadro atual de quarentena determinado para o enfrentamento da epidemia de Covid-19.

Com a paralisação da produção de alimentos, há o risco de inflação e desabastecimento. Unidades fechadas podem significar ausência de produtos nos supermercados. Processos que promovam diminuição da oferta de alimentos podem, no futuro, levar ao caos social.

Parar indústrias de alimentos de ciclo longo também podem significar problemas ambientais.   É o caso, também, das indústrias frigoríficas.  Uma agroindústria processa milhares de aves e suínos, todos os dias.  Com as atividades paradas por um período longo, o único destino possível para estes animais não abatidos é o aterro sanitário.  Os impactos ambientais são gravíssimos, além do fato de gerar desperdício de alimentos em um momento de crise crescente.

Decisões tomadas com bases técnicas superficiais levam a graves equívocos de informação.  Um deles é a ideia de que o ambiente frigorífico gera risco ao trabalhador. É, exatamente, o contrário:  todos os setores das fábricas são constantemente higienizados, o estado de saúde dos trabalhadores é monitorado, o uso de equipamentos de proteção é obrigatório e há uma série de medidas para evitar aglomerações, além de orientações para os cuidados dentro e fora dos frigoríficos.   Antes mesmo da quarentena nos Estados, as indústrias brasileiras já haviam adotado medidas de prevenção – diferente do que foi visto em outras nações produtoras.  Diversos órgãos internacionais reconhecem o frigorífico como um ambiente diferenciado, cuja rotina de higiene previne a transmissão de enfermidades. 

E, em um esforço social constante, as empresas mantém uma forte mobilização em campanhas para conscientizar os colaboradores sobre o comportamento fora das fábricas, onde há o verdadeiro risco de contágio. 

As entidades do setor ressaltam que as indústrias frigoríficas seguem rigorosamente as leis brasileiras, em especial a Orientação Conjunta n° 01/SITRAB/SEPRT-ME/SPA-MAPA/SVS-MS, com recomendações para frigoríficos, de autoria dos Ministérios da Saúde, da Agricultura e da Economia.  Há, ainda, protocolos internos nas empresas, regidos sob a orientação de epidemiologistas. 

Reafirmamos: todos os cuidados foram tomados, e não medimos esforços para a preservação da saúde do trabalhador.

Por tudo isto, a ABPA, a ASGAV, o SIPARGS, o SIPS e a ACSURS defendem a imediata retomada das atividades nas unidades frigoríficas paralisadas em Passo Fundo e Lajeado.   Repudiamos decisões tomadas sem a análise correta de consequências para a comunidade e para o País.   A segurança alimentar da população está em jogo.  Produzir alimentos é uma missão, um direito e um dever a ser preservado pelos diversos entes públicos.   Em um momento de forte emoção como o atual, a razão deve prevalecer.

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