CI

Entre as associações predomina o otimismo

A expectativa de vendas na Expointer 2010 é positiva


Apesar dos problemas de preparo de animais para a feira, causados pelo clima e pelas dificuldades econômicas de anos anteriores, as associação de criadores de bovinos de corte procuram aumentar os negócios na Expointer. A maioria espera que a feira seja uma oportunidade para recuperar ganhos e divulgar as qualidades de suas raças. A Associação Brasileira de Criadores de Devon teve uma redução de 15% no número de animais de argola inscritos na feira. Segundo a presidente da entidade, Elizabeth Obino Cirne Lima, essa queda reflete as dificuldades que os produtores tiveram com a crise de 2008 e as condições climáticas adversas, que prejudicaram o preparo de animais.

Em compensação, mais animais rústicos da raça estarão presentes na Expointer. Serão 100 exemplares dessa categoria presentes, enquanto em 2009 foram apenas 21. O crescimento indica uma expectativa de boas vendas. “Como os preços pagos estão se reaquecendo esperamos uma excelente comercialização, e teremos eventos especiais para favorecer os negócios”, explica. Uma das novidades esperadas pelos criadores é o concurso de carcaças, onde animais, separados em lotes, serão julgados por especialistas, e depois enviados ao abatedouro, onde as carcaças também serão avaliadas. “Com isso teremos a comparação entre os resultados dos exemplares vivos e de seu real rendimento em carne”, afirma Elizabeth.

Os criadores de Angus levarão 378 animais, sendo 288 de argola e 90 rústicos, número 11% superior ao ano passado. Para Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello, presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), o crescimento é devido aos bons resultados que a raça tem obtido, tanto em exposições quanto em leilões. “A cada ano é maior a procura por inseminações, bem como os abates em frigoríficos”, aponta. Os rústicos vão participar do leilão em conjunto com os exemplares de argola.

Segundo o dirigente, a demanda internacional pela carne Angus tem sido crescente, e o Brasil também tem acompanhado a tendência. “Com isso, no Centro-Oeste e no Sudeste a raça vem sendo cada vez mais procurada para cruzamento com zebuínos”, lembra Assumpção Mello. A boa remuneração incentivada pelo Programa Carne Angus Certificada também tem contribuído para a expansão dos negócios. “Dependendo da categoria pode-se obter de 3% a 10% de bonificação”, explica o presidente da ABA.

A Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB) está batendo, nesta edição um recorde no número de animais trazidos pela entidade. Contra os 274 exemplares presentes do ano passado, neste ano os Hereford e Braford serão 328, dos quais 194 são rústicos (103 Braford e 91 Hereford) e 134 são de argola (72 Braford e 62 Hereford). “É um crescimento bom, apesar do inverno rigoroso que dificultou a preparação”, comemora o presidente da entidade, Fernando Lopa.

Para o dirigente, a expectativa de vendas é positiva, devido à recuperação de patamares de preços e de negócios após a crise. A presença de animais bem valorizados e de compradores internacionais na feira também contribui para o otimismo. “Devemos realizar bons negócios, na ordem de US$ 1,5 milhão, contra US$ 980 mil do ano passado”, afirma Lopa.

Com 21 expositores, a Associação Brasileira dos Criadores de Charolês (ABCCharolês) trará para a Expointer 93 animais, número 10% menor que os 103 exemplares registrados em 2009. Todos os animais presentes na feira neste ano serão de argola. Para Eldomar Kommers, diretor operacional da entidade, a queda se deve a dificuldades econômicas apresentadas pelos proprietários. “O preparo para feiras não tem dado um bom resultado comercial nos últimos anos, especialmente no Rio Grande do Sul. Quem levava antes quatro a dez animais hoje está comprando três ou quatro”, explica. Além disso, as vendas para Santa Catarina, estado onde 60% do rebanho de corte é constituído por charoleses, estão paralisadas devido a barreiras sanitárias impostas.

Segundo Kommers, o mercado está cada vez mais se voltando para o Centro do País, onde os cruzamentos de Charolês com outras raças estão voltando com força. “Os criadores de Zebu e Nelore estão convencidos da necessidade de fazer inseminação para melhorar a qualidade comercial de seu gado, e a procura do Charolês para esse tipo de negocio é crescente”, afirma o diretor.

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.