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Entressafra já eleva preço do álcool na bomba

Analistas estimam que combustível avance menos que em 2006


O início da entressafra já surtiu efeito no preço do álcool na bomba: na semana terminada em 30 de dezembro, a alta foi de 1,2% na média dos Estados brasileiros e de 3% em SP, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo). O maior impacto virá nesta semana, quando os postos devem repassar nova alta, que ocorreu no último fim de semana, de R$ 0,20 por litro.

De acordo com o Sincopetro-SP (sindicato que reúne as revendas paulistas), isso pode significar um preço médio superior a R$ 1,45 (segundo a última pesquisa da ANP, que não captou a alta do último fim de semana, o preço médio no Estado foi de R$ 1,252).

Levando em consideração a última pesquisa da agência, o preço do álcool em São Paulo hoje representa 52,4% do da gasolina, ou seja, continua valendo mais a pena, para os que possuem carro bicombustível, abastecer com o primeiro.

Não vale a pena abastecer com álcool quando seu preço excede 70% do da gasolina, em média. Em alguns Estados, como Minas Gerais, Sergipe e Pará, entre outros, isso já ocorria no final do ano passado.

A alta reflete o início da entressafra da cana-de-açúcar, que vai de janeiro a abril. Nas usinas, o litro do álcool hidratado estava em R$ 0,84 no final do ano, ou seja, subiu cerca de 10% apenas nas últimas duas semanas de 2006, de acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq-USP.

Apesar do salto, especialistas afirmam que a tendência é que o álcool suba menos nesta entressafra do que na do ano passado. "A produção deste ano foi maior, e o carro bicombustível está mais bem entendido pelo consumidor, que aprendeu a fazer contas e avaliar o que vale mais a pena", diz Adriano Pires, consultor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura. Até agora, já foram vendidos 2,5 milhões de carros "flex fuel" no Brasil.

Segundo ele, em 2006 o ápice do preço do álcool hidratado foi o período entre março e abril, quando o consumo caiu. "Quando o preço subiu muito, o consumidor parou de consumir. O mesmo fenômeno deve acontecer neste ano."

A Unica, que reúne os usineiros do Centro-Sul, afirmou que é normal o álcool subir na entressafra, mas destacou que não pode haver "especulação". Disse ainda que a safra recorde garantirá o abastecimento.

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