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Escassez de arroz pode levar a tumulto social

Corrida aos estoques de arroz põe em risco o abastecimento mundial de alimentos


Londres e Chicago (EUA) - A corrida aos estoques de arroz põe em risco o abastecimento mundial de alimentos na mesma proporção da paralisia dos mercados de crédito causada pela falta de confiança em Wall Street.

China, Egito, Vietnã e Índia, responsáveis por mais de um terço das exportações mundiais de arroz, reduziram suas vendas do grão este ano, e a Indonésia poderá adotar a mesma medida. Autoridades das Filipinas, maior importador do mundo, fizeram batidas em armazéns no mês passado para reprimir a retenção de estoques. O Banco Mundial em Washington diz que 33 países, do México até o Iêmen, deverão enfrentar "``conturbações sociais" depois de os custos com alimentos e combustíveis terem aumentado por seis anos consecutivos.

O arroz, o alimento básico de metade da população mundial, subiu 2,4%, para um recorde de US$ 20,985 por 100 libras-peso hoje em Chicago, preço que representa o dobro do praticado um ano atrás e o quíntuplo da cotação vigente em 2001. O grão deverá alcançar US$ 22 por 100 libras-peso até novembro, disse Dennis DeLaughter, proprietário da Progressive Farm Marketing de Edna, no Estado norte-americano do Texas.

"O arroz vai subir significativamente nos próximos dois anos", disse Roland Jansen, principal executivo da Morther Earth Investments AG, sediada em Pfaffikon, na Suíça, que mantém 4% de seus US$ 200 milhões em fundos investidos no grão. Os governos, mais provavelmente, manterão restrições sobre as exportações ``porque esses países querem continuar sendo capazes de alimentar suas próprias populações", disse ele.

Os países produtores de arroz estão puxando para cima os preços praticados pelos agricultores que querem vender ao exterior. A Associação Vietnamita de Alimentos disse a 2 de abril ter pedido a seus membros que deixassem de assinar contratos de exportação até o final de junho, seguindo assim o exemplo da China, que adotou um imposto de 5 por cento sobre as exportações do produto a partir de 1o. de janeiro. O Egito proibiu vendas externas de arroz até outubro.

"Os preços ``não estão voltando aos níveis anteriores", disse Mamadou Ciss, diretor da corretora de arroz Hermes Investments Pte Ltd., sediada em Cingapura.

(Caderno C - Pág. 8)(Bloomberg News)

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