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Escoar a safra 2006/07 está 5% mais caro no MT

Transporte de uma tonelada já chega a R$ 140 entre Rondonópolis e o Paraná


Com o pico da safra de soja no Mato Grosso, o preço do frete cobrado pelas transportadoras já aumentou 5% em relação às últimas safras. Com isso, o valor da tonelada de Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá) até o Porto de Paranaguá (PR), por exemplo, já chega a R$ 140. Mas Rondonópolis, além de ser produtor de grãos, também atrai os produtos colhidos em outras regiões do Estado, devido à capacidade de beneficiamento da matéria-prima.

Grandes indústrias como a Bunge e a ADM fazem do município um dos principais destinos da safra estadual. O frete do norte do Estado até as fábricas da cidade está em média R$ 60.

De acordo com o gerente executivo da Associação dos Transportadores de Carga de Mato Grosso (ATC), Miguel Antônio Mendes, juntamente com Rondonópolis, o Porto de Paranaguá e o terminal da Ferrovia Senador Vicente Vuolo (antiga Ferronorte), em Alto Araguaia (198 km de Rondonópolis), são os destinos mais procurados para o escoamento da safra. A mercadoria levada nos caminhões até Alto Araguaia segue via ferrovia até o Porto de Santos (SP).

Durante a época de pico da safra, entre março e maio, a média diária de caminhões nas rodovias federais é de 8 mil. Segundo Mendes, a maior parte da produção mato-grossense, antes de chegar ao destino final, passa ou fica em Rondonópolis, o que faz com que a maioria dos caminhões de carga também transite pelo município. Fora da época de pico, circulam em Mato Grosso de 5 a 6 mil caminhões, diariamente. “A maioria leva a produção mato-grossense para o Sudeste do país, especialmente Paraná, São Paulo e Triângulo Mineiro”.

O gerente da Bom Jesus Transportes, Maurício Galvão, destaca que nos últimos 15 dias houve aquecimento no mercado de transporte. Por enquanto, a maior parte da demanda está concentrada na região norte, onde a colheita da soja está mais adiantada. Na porção sul de Mato Grosso, a procura deve aumentar a partir da segunda quinzena deste mês.

Além da perspectiva de recuperação do agronegócio, o aumento na produção de grãos em relação à safra 05/06 ajudou a puxar os preços do frete. Galvão lembra que a safrinha de milho e a safra de algodão serão maiores neste ciclo.

A empresa, que conta com uma frota de 80 caminhões próprios, está cobrando em média R$ 4 por quilômetro rodado para transportar a produção do norte ao sul mato-grossenses. Segundo Galvão, no ano passado o valor era de aproximadamente R$ 3,30 – aumento de 21%. Já o frete da região sul para os portos do Paraná e de São Paulo está cotado em média a R$ 3,50 por quilômetro. Na última safra, nesta mesma época, o preço estava em R$ 3,10 – o que significa alta de 12,9%.

Norte – Em alguns municípios do norte estadual, que já sofrem com problemas de logística, o preço do frete pode apresentar um aumento acima da média estadual. Algumas destas cidades já estão tendo problemas para escoar a produção, uma vez que devido às chuvas as estradas de chão ficaram quase intransitáveis. De acordo com o gerente-executivo da ATC, com as condições desfavoráveis as transportadoras não estão querendo buscar a produção pelo mesmo valor cobrado em condições normais. “Os produtores terão que desembolsar um valor mais alto para atrair as transportadoras”, diz.

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