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Especialista critica falta de “inteligência agrícola”

"Não se trata de intervenção, mas de moderação"


Foto: Nadia Borges

Para José Antônio Ribas Júnior, que é presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), existe uma falta de inteligência agrícola no Brasil. Ele escreveu um artigo que foi publicado no portal especializado da CarneTec Brasil.  

“A situação se repete de tempos em tempos no mercado de milho e soja: os ótimos preços internacionais e a taxa cambial estimulam vendas maciças para o mercado internacional e a matéria-prima acaba faltando no mercado doméstico. 

A gravidade dessa questão é perturbadora. Neste momento, não há oferta desses grãos no Brasil, mesmo com os preços em patamares estratosféricos, com aumentos que variam de 100% a 300% no período janeiro-outubro. Essa situação afeta diretamente setores sensíveis como as indústrias de óleos vegetais, os laticínios e as agroindústrias de processamento de carne”, comenta. 

Ele diz que o Brasil, como país capitalista e adepto da liberdade econômica, não tolera propostas de confisco de produção ou contingenciamento de exportação, porém, algumas situações precisam ser revistas. “Não é racional exportar toda a produção e deixar o mercado interno fragilizado, ameaçado de ver o gigantesco parque agroindustrial da carne paralisado por falta de grão, com milhões de cabeças alojadas e sem alimentação em milhares de estabelecimentos rurais’, completa. 

“Hodiernamente, tornou-se imperioso e de interesse nacional estabelecer uma política de proteção interna, como já o fizeram países desenvolvidos em situações semelhantes, mediante a fixação de cotas de exportação, acima das quais aplica-se taxação corretiva para evitar desabastecimento interno. Não se trata de intervenção, mas de moderação”, conclui. 

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