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Especialista defende padronização do manejo sustentável dos portos

Segundo, diretor do Centro de Pesquisas e Tecnologias Costeiras da Universidade de Kiel, Alemanha, Roberto Mayerle, o que falta é a padronização das estratégias para atuar na prevenção e contingência dos impactos ambientais inerentes às operações por


Os portos brasileiros dispõem de tecnologia para o manejo sustentável de suas atividades. O que falta é a padronização das estratégias para atuar na prevenção e contingência dos impactos ambientais inerentes às operações portuárias. A avaliação é do diretor do Centro de Pesquisas e Tecnologias Costeiras da Universidade de Kiel, Alemanha, Roberto Mayerle, um dos palestrantes da 1ª Convenção Hemisférica Ambiental Portuária da Organização dos Estados Americanos (OEA), que teve início, na manhã desta quarta-feira, em Foz do Iguaçu, e tem como anfitriã a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).

Mayerle coordena o Projeto Desport, que se propõe a trazer experiências bem sucedidas de portos europeus, adaptando a expertise nos procedimentos internacionais à realidade dos complexos portuários brasileiros. “É um projeto bilateral de pesquisa, envolvendo cientistas, companhias e autoridades do Brasil e da Alemanha, visando propor estratégias que possam ser aplicadas nos portos ao longo da costa do Brasil”, esclareceu o pesquisador, lembrando que nos portos de Paranaguá, no Paraná, e do Rio Grande, no Rio Grande do Sul, os estudos necessários à implementação do projeto estão mais adiantados.

O trabalho compreende um levantamento das condições dos portos no que se refere à dragagem, poluição, assoreamento, planos de contingência e monitoramento, entre outros aspectos relacionados aos impactos ambientais. Com base nessas informações, são identificados os problemas e as formas de contorná-los, a partir de sistemas modernos, que já são utilizados no Brasil, mas de forma pontual. “Com base nesse diagnóstico são feitas propostas para o porto sobre como atuar para reduzir o impacto ao meio ambiente”, reforçou Mayerle.

Como exemplo, o pesquisador lembrou do projeto de dragagem do porto de Hamburgo, na Alemanha, que previa a remoção de 40 milhões de metros cúbicos de sedimentos. “Era um volume extremamente grande, mas como as informações sobre as condições do porto eram bastante precisas foi possível dimensionar o impacto dessa intervenção no meio ambiente”, afirmou.

Mayerle explicou, ainda, que apesar da realidade dos portos - quanto à condição de marés, clima, topografia, qualidade dos sedimentos e outros fatores - ser diferente, a tecnologia que se aplica e o tipo de dado necessário para definir uma estratégia de atuação são os mesmos. “Portanto, sabendo como aplicar essa tecnologia, ela pode ser usada no Porto de Paranaguá, do Rio Grande ou de qualquer outro porto”, acrescentou.

Os debates neste primeiro dia da 1ª Convenção Hemisférica de Proteção Ambiental Portuária da situação ambiental dos portos públicos brasileiros, do controle da poluição atmosférica de granéis minerais e da cooperação portuária para o controle de acidentes ambientais, a gestão ambiental de remoção de resíduos nos navios, planos de contingência para combate de acidentes ambientais, entre outros temas relacionados.

À noite, o governador do Paraná, Roberto Requião, fará a abertura solene da Convenção, e na sequência haverá uma palestra com o convidado de honra do evento, o oceanógrafo e ambientalista Jean-Michel Cousteau. As informações são da assessoria de imprensa da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).

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