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Especialistas preveem alta nos preços dos grãos

“Vejo boas perspectivas para a soja e milho”, afirmou o diretor Jonathan Barratt, da Commodity Broking Services


Com agências - Apesar das previsões de safras recordes, os produtos agrícolas devem ajudar a alimentar o rali das commodities no médio e longo prazos, além de metais básicos, como cobre, alumínio, e o petróleo, avaliam especialistas no assunto. Estados Unidos, Brasil e Argentina se deparam com o desafio de ampliar a produção no ciclo 2010/11, alcançando volumes ainda maiores que os recordes da última safra. Essa produção, no entanto, parece não ser suficiente para acumular estoques significativos.

“Vejo boas perspectivas para a soja e milho. Já o petróleo está barato, mas deve manter sua tendência de alta”, afirmou o diretor Jonathan Barratt, da Commodity Broking Services (CBS). Para os próximos 12 meses, Barratt estima que o trigo chegará a ser negociado a US$ 9 por bushel (27,2 kg), o milho a US$ 5,50 por bushel (25,4 kg), a soja em US$ 14,50 por bushel (27,2 kg), o açúcar a 22 cents por libra peso.

O estrategista sênior da Lind-Waldock, Phillip Streible, acredita que os preços de alimentos devem continuar a subir no curto prazo por causa dos problemas de oferta na Rússia, clima incerto nos EUA, além de demanda forte por commodities agrícolas na Ásia. “Vemos milho, soja e trigo subindo por esses fatores.” Ele avalia que as commodities agrícolas não devem ser afetadas pela desaceleração econômica esperada para os próximos meses e estima que o açúcar, hoje ao redor de 19 cents por libra peso, deve manter cotação abaixo de 21 cents e acima de 17 cents nos próximos meses.

Para o trigo, a expectativa é de acomodação de preços até o final deste ano. “O trigo deve ficar firme ao redor de US$ 6 por bushel, mas na ponta mais alta poderia chegar a US$ 8”, afirmou.

O reflexo da alta das cotações das commodities agrícolas em dólar no mercado brasileiro tem sido reduzido por causa do real valorizado e por questões internas, como o alto estoque de milho. O país tenta elevar as exportações para equilibrar oferta e demanda.

No caso do trigo, além da oferta tradicionalmente concentrada no Sul, o produto da última colheita é considerado de baixa qualidade pelos moinhos e boa parte segue armazenada. O país vive a contradição de estocar mas continuar dependendo de importações da Argentina e de países do Hemisfério Norte.

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