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Espírito Santo fecha 2016 com maior safra de café arábica da história

Estado continua sendo o 2° maior produtor de café do país


A produção e a produtividade de café arábica no Espírito Santo bateram recorde histórico em 2016 apesar da crise hídrica. A área plantada de café arábica no Espírito Santo diminuiu 10%, e a produção dobrou, chegando perto de 4 milhões de sacas. A produtividade média, que era de 11,5 sacas por hectare, teve um acréscimo de 130%, e passou para 26sc/ha. Além disso, o estado colheu 30% de café arábica de qualidade superior em 2016. Os dados foram levantados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e entregues à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A equipe de cafeicultura do Incaper atribui os resultados à adoção do conjunto de ações e tecnologias do Programa Renovar Arábica, lançado em 2008. O pesquisador do Incaper e coordenador do Programa Estadual de Cafeicultura, Romário Gava Ferrão, e a pesquisadora do Incaper/Embrapa Café, Maria Amélia Gava Ferrão, são unânimes nas considerações. Segundo eles, o Programa Renovar Arábica sistematiza e organiza uma série de ações para dobrar a produtividade sem aumentar a área plantada, e produzir pelo menos 30% café arábica com qualidade superior.

O programa pretendia atingir estes números só em 2025. Mas os produtores adotaram as boas práticas e colheram estes resultados em apenas 8 anos, chegando a ultrapassar a meta de produtividade. 

Para a pesquisadora, os resultados são oriundos do trabalho integrado de pesquisa, assistência técnica e extensão rural. “Este é um marco para o Espírito Santo. A produtividade no Estado era considerada baixa por falta de tecnologia. A renovação e o revigoramento das lavouras nas bases propostas pelo Programa Renovar Arábica colocam o Estado em condições tecnológicas similares aos maiores produtores de arábica do país, como Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Antes, a cafeicultura capixaba não era sustentável e a tendência era que o produtor abandonasse a atividade”, disse Maria Amélia.

O conjunto de tecnologias proposto pelo Renovar Arábica gerou condição para a alta produção e a alta produtividade. Aliado a isso teve a questão da qualidade. Esse ano, dos quase 4 milhões de sacas que o Espírito Santo vai produzir, 1,2 milhão são de cafés especiais, apontou o extensionista do Incaper em Brejetuba, Fabiano Tristão.

Crise hídrica

A safra recorde de arábica do Espírito Santo ocorre em um dos períodos mais críticos para a cafeicultura capixaba por conta da crise hídrica. 

Técnicos e pesquisadores do Incaper explicam: O arábica é cultivado em regiões com altitude acima de 500 metros. Nestas regiões, a temperatura é mais amena e as chuvas foram mais intensas, mais uniformes e mais bem distribuídas.

Choveu nestas regiões no início de 2016, justamente na época do enchimento dos grãos, quando a planta mais precisava de água.

Como a maioria dos cultivos (99%) de café arábica no Espírito Santo não são irrigados, as cultivares recomendadas pelo Incaper apresentam tolerância à seca. Além disso o café arábica passou por dois anos consecutivos de safra baixa. A planta estava mais enfolhada, mais vigorosa, porque conseguiu fazer uma reserva de energia.

Conilon

Diferentemente do arábica, a safra de café conilon no Espírito Santo fecha 2016 em queda. O Estado produziu 5,035 milhões de sacas de conilon, menos da metade do que poderia colher se não houvesse a seca extrema. Mesmo com a diminuição da safra, o Espírito Santo continua sendo o maior produtor de conilon do país. Porém, o Brasil passa a ser o terceiro maior produtor de robusta do mundo, perdendo a segunda colocação para a Indonésia. O Vietnã permanece como maior produtor mundial de conilon.

Cafeicultura capixaba

No geral, o Espírito Santo colheu em 2016 cerca de 9 milhões de sacas de café, sendo quase 4 milhões de arábica e pouco mais de 5 milhões de conilon. Se o Estado não tivesse enfrentado esta enorme crise hídrica, a safra seria de 15 milhões a 16 milhões. Historicamente, a produtividade capixaba sempre foi abaixo da média brasileira, que é em torno de 24 sc/ha. Mas em 2016, a produtividade do Espírito Santo chegou a mais de 26 sc/ha e, mesmo com a seca, o Estado continua sendo o segundo maior produtor de café do país, perdendo apenas para Minas Gerais. 

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