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Espírito Santo realiza operações de compra de milho via transporte ferroviário

Duas empresas firmaram contratos nos últimos meses com produtores do Espírito Santo


Um antigo sonho dos setores de avicultura e suinocultura capixabas volta a ser viabilizado no Estado, o Espírito Santo dá início a operações de compra de milho para transporte via modal ferroviário.

 A iniciativa tem envolvimento do Governo do Estado, alfândega da Companhia Docas do Espírito Santo (CODESA), Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) e Associação de Suinocultores do Espírito Santo (ASES).

A operação é realizada por intermédio de uma empresa (Trading), que viabiliza a compra do grão e a entrega no local especificado. Este milho é oriundo da região do Mato Grosso. Pelo que se tem de informação duas empresas firmaram contratos nos últimos meses com produtores do Espírito Santo, entregando já mais de 60.000 toneladas do grão no período de julho a dezembro de 2016. As cargas são fracionadas em lotes de 7.000 ton. Num primeiro momento a carga segue do mato Grosso até Araguari - MG via transporte rodoviário, e em seguida segue para o Espírito Santo via modal ferroviário.

A maior parte desse volume até  o momento foi descarregado no Porto de Tubarão. Recentemente iniciaram as descargas no Porto de Capuaba com o objetivo de verificar como fluiria o processo.

O custo do frete tem sido um atrativo em comparação ao transporte rodoviário da operação. Enquanto se paga um frete de R$ 80,00 por ferrovia, paga-se em torno de R$ 160,00 por rodovia, 50% a mais. Segundo informações de representantes das tradings, existem ainda gargalos de custos operacionais nos portos, hoje existe uma diferença de R$ 25,00 por tonelada pra operacionalização das cargas.

O tempo de chegada do grão ao Espírito Santo é de aproximadamente 30 dias, dependendo do surgimento de alguns gargalos. Existe a intenção de fazer com que este tipo de operação se torne freqüente, e representantes da trading afirmam que já existe um cronograma para chegada de soja via modal ferroviário no primeiro semestre de 2017.

O representante de uma das tradings afirma que o farelo de soja pode até se tornar perene durante o ano todo, mas o milho é uma operação que exige um planejamento maior, tornando o processo mais viável a partir do segundo semestre de cada ano. As operações foram formalizadas à partir de julho com preços no milho que chegaram até R$ 51,00 a saca CIF/porto. De lá para cá o mercado de milho sofreu várias alterações, chegado a negociações com preços em torno de 44,00, para contratos até dezembro de 2016.

Para o diretor executivo da AVES – ASES, Nélio Hand, a vantagem nesse procedimento é real, e a economia está alicerçada no frete, com redução significativa. “Já há muitos anos os nossos setores lutam para que esse modal possa se estabelecer de maneira contínua no Estado. Estamos vendo que os ajustes que ocorreram para liberar a descarga de produto nacional nos principais portos do Estado, foi de fundamental importância e estão tornando esse velho sonho numa realidade. Tenho a certeza de que com o esforço conjunto – setor privado e setor público – poderemos fortalecer mais essa alternativa, que junto com as importações de outros países, aumentarão as opções de oferta de insumos para as nossas atividades”, ressalta.

“O ano de 2016 foi marcado por grande dificuldade no abastecimento de insumos, principalmente o milho, que em menos de um ano teve seus preços elevados em mais de 60%.  Uma atitude do Governo do Estado em conceder diferimento de ICMS para importações viabilizou produto a custos menores naquele momento. Com isso o ES importou 75 mil toneladas de milho, provenientes da Argentina. Somada a essa alternativa a viabilização do modal férreo permitiu que outras mais de 60 mil toneladas também fossem trazidas para produtores capixabas, o que totalizou quase 140 mil toneladas”, finalizou.

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