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Estados Unidos estão em alerta com incidência da ferrugem asiática no Brasil


A incidência da ferrugem asiática no Brasil está preocupando técnicos dos Estados Unidos. O alerta é do professor do Departamento de Entomologia da Universidade de Ohio, Ronald Hammond, que palestrou nesta terça-feira (02-03) na VII Conferência Mundial da Produção de Soja, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Segundo ele, as correntes aéreas podem disseminar a praga oriunda do Brasil às lavouras norte-americanas, assim como ocorreu com o Brasil na safra 2000/01 com o surgimento do primeiro foco através de correntes da Ásia. Ele destaca que a incidência geralmente parte de áreas mais ao sul para o norte, o que facilitaria o contágio nos EUA. Até o momento, nenhuma incidência da ferrugem foi constatada em território americano.

Para evitar a ferrugem, o governo dos Estados Unidos já está elaborando folders para esclarecer os produtores como evitar o contágio na região do Meio-Oeste, onde se concentram as lavouras da oleaginosa. Essa atitude está sendo tomada para que o agricultor não seja pego de surpresa. Hammond lembra que a infestação de pulgões asiáticos nas lavouras do país há quatro anos causou transtorno entre os sojicultores, quando o assunto foi manchete no Wall Street Jornal. Hoje a praga já está mais controlada, mas há áreas onde chega a ser contabilizada uma média de 300 insetos por planta. Com isso são aplicados agrotóxicos para eliminar o pulgão.

De acordo com o chefe-adjunto de pesquisa da Embrapa Soja, João Flávio Veloso Silva, o plantio da soja safrinha no Brasil, de maio a agosto, aumenta o risco de incidência da doença. Ele esclarece que o inócuo, isto é, a quantidade desse fungo presente no ar, pode causar a ferrugem na safra de verão. Somente no Paraná, a doença causou um prejuízo de US$ 1,076 bilhão na safra 2002/03 com a perda de 3,2 milhões de toneladas. A ferrugem é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, que causa desfolha precoce da soja e redução de peso do grão. A doença é disseminada pelo vento e não pela semente. Nos casos mais severos, há relatos de perdas de cerca de 70% da produção.

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