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Estiagem: Definida integração entre governo e sociedade

Durante o seminário, foram realizados painéis sobre Irrigação de Terras Altas e a Estiagem no RS


A unificação de estudos e programas de irrigação para o RS foi tema de Seminário realizado na manhã da sexta-feira (15/6), no Plenarinho da Assembleia Legislativa. Coordenado pela Subcomissão de Irrigação da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, o seminário teve a participação dos secretários estaduais de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano (Sop), Luiz Carlos Busatto, que representou o governador Tarso Genro, de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Ivar Pavan, e representantes das secretarias de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), Milton Bernardes, e do Meio Ambiente (Sema), Marco Mendonça. Também participaram a coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente do Ministério Público, Marta Leiria Pacheco, e Ramon Rodrigues, secretário nacional de Irrigação, do Ministério da Integração Nacional, representando o ministro Fernando Bezerra. Da Emater/RS-Ascar participaram o presidente e os diretores técnico e administrativo, Lino De David, Gervásio Paulus e Valdir Zonin.

Durante o seminário, foram realizados painéis sobre Irrigação de Terras Altas e a Estiagem no RS, com o professor do Sistema Irriga da Universidade Federal de Santa Maria, Reimar Carlesso, e sobre Projetos de Irrigação, Exemplo do Conceito Base Zero (CBZ) de Desenvolvimento Rural Sustentável, com José Artur Padilha, engenheiro e ex-secretário de Agricultura de Olinda (PE), idealizador do CBZ; e apresentados os Programas do Governo no RS. O professor Carlesso pediu agilidade nas liberações de projetos de irrigação e ressaltou a possibilidade do aumento da produção com o desenvolvimento da irrigação no RS. Já o engenheiro Padilha defendeu a integração de todas as esferas de governo e da sociedade na busca de alternativas que respeitem as forças ativas da natureza na manutenção da água no sistema produtivo.

Para o presidente da Emater/RS, Lino De David, a irrigação é uma das tecnologias para garantir a produção das lavouras, mas não é suficiente. “É preciso debater sobre o sistema de produção de alimentos, associado a ações e políticas de governo, repensando mecanismos de retenção da água no solo, a recomposição das matas ciliares e inclusive a época de plantio de determinadas culturas”, defendeu De David.

Ações governamentais

O terceiro painel contou com a participação de secretários de Estado e representantes de esferas de governo que interagem na implementação de programas voltados para atendimento de questões relacionadas à estiagem.
O secretário de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano, Luiz Carlos Busato, destacou que uma série de entraves orçamentários, técnicos e ambientais dificulta a execução de obras necessárias para o enfrentamento da estiagem no RS. Também da Secretaria de Obras, o assessor Paulo Paim analisou os programas de barragens e canais, construção de açudes e um programa em parceria com o Ministério da Integração Nacional voltado à irrigação e usos múltiplos da água.

O secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, destacou as ações de governo, entre elas o programa Mais Água, Mais Renda, que busca facilitar e expandir a irrigação e aumentar a produtividade e renda dos agropecuaristas, estimulando o crescimento da renda pública. O programa atende os agropecuaristas do RS que se comprometerem a adotar ou ampliar sistemas de produção irrigados em áreas de sequeiro. Pavan sublinhou que as estiagens no Estado causam grandes prejuízos aos agropecuaristas e, como consequência, aos municípios gaúchos.

Luciana Scarton, da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, destacou que, nos últimos dez anos, houve um comprometimento do potencial produtivo das lavouras gaúchas de 70%, fazendo com que a necessidade de irrigação suplementar às culturas varie de 80 a 300mm. Ela relatou que, dos 429,9 mil estabelecimentos agrícolas existentes no Estado, apenas 26,8 mil utilizam algum tipo de irrigação, o que corresponde a apenas 6,2% do total.

O representante da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Marco Mendonça, relatou aos participantes do seminário as dificuldades estruturais enfrentadas pelos órgãos ambientais do Rio Grande do Sul para tornar mais ágeis os processos. Ele sublinhou que a melhoria estrutural já está ocorrendo com a contratação emergencial de técnicos, além de investimentos em um novo sistema de informação que otimizará a tramitação das demandas.

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