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Estiagem agrava situação dos cafezais

O prolongamento da seca e das altas temperaturas nas principais regiões certamente ocasionará perdas, de acordo com o CNC


O prolongamento da seca e das altas temperaturas nas principais regiões produtoras de café do Brasil certamente ocasionará perdas na safra a ser colhida em 2008. Contudo, ainda é cedo para se especular o tamanho dessa redução. Esta é a conclusão dos técnicos e dirigentes das principais cooperativas de café do Brasil.

No Sul de Minas Gerais, por exemplo, tanto nas lavouras abaixo, quanto nas cultivadas acima de 900 metros de altitude, prevalece um “estado de alerta”, uma vez que, em função da estiagem, as plantas já apresentam condições de abortamento de florada. Segundo Joaquim Goulart de Andrade, gerente do Departamento de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), a situação é mais crítica nos municípios de Alfenas, Campos Gerais, Campo do Meio e Carmo do Rio Claro, onde os cafezais se encontram abaixo de

900 metros de altitude.

“Quase não choveu nessas áreas e as plantas já apresentam sinais evidentes de quebra de safra acentuada. Verificamos murchamento e queima de folhas, além de desfolhas acentuadas provocadas pela seca e um ataque oportunista do bicho mineiro”, comentou. O gerente do Departamento de Desenvolvimento Técnico da Cooperativa explicou que o controle desta praga fica comprometido em função da baixa umidade relativa do ar.

Ainda na área de abrangência da Cooxupé, foram registradas algumas precipitações nas lavouras situadas acima de 900 metros de altitude. “O volume de chuvas foi pequeno, mas o suficiente para manter as condições favoráveis para que essas lavouras apresentem novas floradas. Sendo assim, esses cafezais ainda possuem boa capacidade produtiva”, explicou Andrade, que completou informando que, nos municípios de Guaranésia, Caconde, São Pedro da União e Nova Resende, a situação é menos preocupante, “uma vez que tivemos um pequeno volume de chuvas em

junho, julho, agosto e até mesmo em setembro”.

Na área de atuação da Cooparaíso (Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso), a situação das lavouras também é preocupante. Há 74 dias sem chuvas representativas, as lavouras de café do sudoeste de Minas e da Mogiana Paulista já estão sentindo significativamente os efeitos da estiagem. Dados levantados pelo Departamento de Gestão do Agronegócio da Cooparaíso apontam para um déficit hídrico de 108,4 mm em setembro no município de São Sebastião do Paraíso. No acumulado do ano, este número passa para 205 mm. As informações são da assessoria de imprensa do Conselho Nacional do Café (CNC).

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