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Estiagem desacelera produção de leite; preço médio segue estável

A expectativa é de estabilidade ou alta para o próximo mês


A estiagem na maior parte das regiões produtoras de leite do Brasil desacelerou o crescimento da produção em agosto. O ICAP-Leite/Cepea (Índice de Captação de Leite do Cepea), referente aos estados do RS, PR, SP, MG, GO e BA, aumentou 2,4% entre julho e agosto – no mês anterior, a elevação havia sido de 5,5%. Os responsáveis pelo novo avanço na captação continuaram sendo os estados do Sul do País, que estão em safra de inverno. O volume produzido no Paraná e no Rio Grande do Sul registraram aumentos de 4,9% e de 4,8%, respectivamente. O ICAP-L de agosto foi 8,3% maior que o do mesmo período do ano passado. No acumulado de 2010, o Índice registra aumento de 5,6% em comparação ao mesmo período de 2009.

Em Minas Gerais, um dos estados mais afetados pelo clima seco desde meados de julho e que tem a maior representatividade na produção leiteira, o ICAP-Leite recuou 0,4% em agosto. Em São Paulo, houve diminuição de 2,04% e, em Goiás, mesmo sob efeito da estiagem, o Índice teve ligeiro aumento de 0,5% em relação a julho.

Além da falta de chuva, outro fator limitante à produção de leite é o encarecimento da ração concentrada – um dos principais itens na cesta de custo de produção –, devido principalmente à valorização do milho e do farelo de soja.

Os preços pagos pelo leite em setembro (referente à produção entregue em agosto) se mantiveram estáveis em relação ao mês anterior, com média bruta nacional de R$ 0,6923/litro – consideram-se os estados de RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA. Essa média de setembro é 6,8% menor que a do mesmo período do ano passado. Considerando os preços deflacionados, a média de janeiro a setembro (R$ 0,7077/litro) é a mais baixa para o período desde 2006 (R$ 0,5741/litro).

A expectativa da maior parte dos agentes pesquisados pelo Cepea é de estabilidade ou alta para o próximo mês (referente à produção de setembro). Para o pagamento de outubro, 58,1% dos representantes de laticínios (responsáveis por 60,8% do volume amostrado) acreditam em estabilidade de preços, enquanto 29% (que representam 24,3% da amostragem) apostam em alta. Apenas 12,9% dos agentes de mercado (responsáveis por 14,8% do volume de leite da pesquisa) acreditam em queda de preços.

Entre os fundamentos para esse relativo otimismo no mercado estão a leve recuperação de preços no mercado de leite UHT e a elevação por volta de 5% no mercado spot (comercialização entre as empresas).

SETEMBRO – O maior preço médio foi observado no estado de São Paulo, de R$ 0,75/litro (bruto), leve alta de 1,5% (ou cerca de 1 centavo por litro) frente a agosto. Em seguida, está Minas Gerais, com média de R$ 0,7181/litro, acréscimo de 1,8% (1,3 centavo por litro). Em Goiás, o aumento foi de 1,6% (1,1 centavo por litro), com média de R$ 0,6900/litro em setembro. Na Bahia, a média foi de R$ 0,6723/litro, praticamente estável em relação a agosto.

Já nos estados do Sul, houve leve recuo dos preços devido ao aumento da oferta. No Paraná, a média foi de R$ 0,6828/litro, ligeira queda de 2,3% (1,6 centavo por litro). Em Santa Catarina, a redução foi de 4,6% (3,2 centavos por litro), com o litro a R$ 0,6596, e no Rio Grande do Sul houve recuo de 1,2% (menos de 1 centavo por litro), a R$ 0,6097/litro.

As informações são da assessoria de imprensa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

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