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Estiagem prejudica lavouras de soja e milho em Santa Catarina


A falta de chuvas torrenciais, e as temperaturas elevadas que provocam rápida evaporação da pouca umidade da terra, estão preocupando pecuaristas e agricultores do Oeste de Santa Catarina. As pastagens para o gado de leite estão secas e as lavouras de milho e soja podem ficar seriamente prejudicadas por falta de irrigação. De acordo com os observadores meteorológicos da Epagri em Chapecó, a quantidade de chuva em dezembro foi de apenas 109 milímetros, bem abaixo da média histórica de 30 anos que é de 174,6 milímetros.

Junto com a família, o agricultor Lair Schneider, 25 anos, plantou 80 hectares de milho em Linha Bom Retiro, interior de Chapecó. Ele conta que metade da lavoura ainda não foi irrigada adequadamente pela chuva que não ocorre na região há mais de 40 dias. "A perda estimada é de 30%, mas pode aumentar ainda mais se não chover nos próximos dias. É um prejuízo próximo dos R$400 por hectare", diz Schneider, que esperava colher até 160 sacos de milho por hectare. "Agora se eu colher 90 já será lucro".

Morador do Distrito de Marechal Bormann, o agricultor Luiz Roaru apostou no cultivo de mais de 200 hectares de soja. Ele calcula que a falta de chuva pode quebrar até 60% da lavoura que se encontra em plena fase de desenvolvimento. "Se não chover em 10 dias, a situação pode ficar desesperadora", relata ele.

O engenheiro agrônomo da Cooperalfa, Cládis Furlanetto, disse que 270 mil hectares de milho foram plantados na área de abrangência da cooperativa agrícola. Pelo menos 25% da lavoura está em fase de frutificação e outros 5% em maturação. "Esse milho estava quase pronto para a colheita. É uma situação irreversível", comentou.

De acordo com Furlanetto, a situação da soja aparenta ser mais confortável. Cerca de 90% da lavoura está em fase de desenvolvimento vegetativo e outros 10% em germinação. "Ainda não se fala em perdas porque a fase não é considerada crítica".

Roaru e Schneider disseram que a estiagem também traz transtornos para a bovinocultura. O gado leiteiro vai, aos poucos, reduzindo a produção por causa da conversão alimentar inadequada. Com as pastagens secas pela falta de chuva e o sol escaldante que resulta em temperaturas acima dos 30º C, só resta aos criadores a improvisação para tratar os animais. "Estamos usando as folhas do milho para substituir o milheto que nem chegou nascer", disse Lair Schneider.

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