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Estiagem reduz safra de cana no Paraná

A safra de cana deve bater recorde este ano no Brasil, mas no Paraná a previsão é de quebra entre 3% e 5%


A safra de cana deve bater recorde este ano no Brasil, mas no Paraná a previsão é de quebra entre 3% a 5% na produção em razão da forte estiagem dos meses de fevereiro e março, segundo cálculos da Associação de Produtores de Álcool e Acúcar do Estado do Paraná (Alcopar). O período da colheita da cana-de-açúcar iniciou no final de março e deve prosseguir até novembro ou dezembro. A largada da colheita foi dada na semana passada pelas indústrias de açúcar e álcool da região Noroeste do Estado, onde a estiagem contribuiu para a redução da produção. Em todo Paraná são 27 indústrias de álcool e açúcar.

A estimativa inicial da Alcopar é de que o Estado teria uma produção de 31 milhões de toneladas, mas devido à estiagem, a previsão caiu para 29,5 milhões de toneladas. As projeções do Departamento Economia Rural, órgão da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, são um pouco diferentes. A estimativa é de que a colheita renda 33,1 toneladas, pouco menos do que na safra passada que chegou a 33,5 milhões toneladas, numa área de 410 mil hectares, considerando o álcool, o açúcar e derivados.

De acordo com o superintende da Alcopar, José Adriano da Silva, o melhor desenvolvimento da cana ocorre no verão, normalmente nos meses de novembro a março. Ela precisa de sol, chuva e calor para produzir bem, mas em fevereiro e março quase não choveu na região e as lavouras acabaram sendo afetadas, comenta Silva. Segundo ele, a redução na produção do Estado em torno de 1,5 milhão de toneladas significa 1,2 mil empregos a menos nesse período de safra.

O gerente agrícola da Usina Santa Terezinha, Paulo Rogério Trindade, de Ivaté, diz que na região de Umuarama a seca causou maiores estragos, e a produção na unidade deverá cair de 1,74 milhão de toneladas para 1,48 milhão.Calculamos perdas entre 20% a 25% na nossa região, comenta Trindade, lembrando que em fevereiro choveu apenas 10 milímetros no município de Ivaté e 22 milímetros em março. Isso não significou nada para nós. Nos primeiros dias de abril, choveu 38 milímetros.

O efeito em cadeia é inevitável, afirma Trindade, acrescentando que os danos da estiagem sobre a atividade canavieira significam um mês a menos de safra. O final dos trabalhos na lavoura e na indústria será em novembro e não em dezembro como se previa anteriormente. A empresa sucroalcooleira planta 21 mil hectares de cana em Ivaté, Douradina, Icaraíma, Umuarama e Maria Helena. Somente no corte, emprega acima de 1.500 trabalhadores. Somando-se ao pessoal da indústria e demais áreas, são mais de 2.150 trabalhadores empregados pela unidade da Santa Terezinha em Ivaté. Pelo menos 80% da produção é direcionada ao açúcar e o restante álcool.

Em nível nacional, a consultoria independente Datagro aponta que para a safra 2005/2006 as 320 usinas do País devem processar 410 milhões de toneladas de cana, ou 6,3% a mais do que a safra anterior. A área de plantio no País deve crescer de 5,01 milhões para 5,34 milhões de hectares.

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