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Estoques de álcool garantem mercado

País experimenta tranquilidade inédita, desde o lançamento dos carros flex fluem


País experimenta tranquilidade inédita, desde o lançamento dos carros flex fluem. Desde 2003, quando foram lançados os primeiros veículos flex fuel, o País não havia experimentado um período de entressafra da cana-de-açúcar tão tranqüila, no que diz respeito à oferta de álcool combustível. Depois do susto, que se mostrou passageiro, no fim de 2006, quando os preços deram um salto, em função de um repentino crescimento da demanda, os preços voltaram a se estabilizar e tudo indica que a tendência é de caírem ainda mais.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço do álcool hidratado nas usinas paulistas na semana passada ficou em média a R$ 0,782 o litro, queda de 7,2% no último período de quatro semanas. Há um ano, o preço do combustível era 30% maior e o País vivia o início de uma crise de abastecimento. No mesmo espaço de tempo, o preço do combustível ficou em R$ 1,358 o litro em média nos postos paulistas - queda de 2,02%.

A tranquilidade no mercado ocorre num momento em que a exportações do etanol crescem em velocidade acelerada.

Levantamento dos embarques dos produtos do complexo sucroalcooleiro divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indica que o valor das vendas de etanol ao exterior em janeiro cresceu 17% em relação a igual período do ano passado.

A queda dos preços do álcool hidratado nas usinas não é acompanhada na mesma velocidade pelo valor cobrado na bomba dos consumidores. Nas últimas quatro semanas o preço do álcool na bomba caiu apenas 2,02%. Para o presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis (Sindicom), Alisio Mendes Vaz, a queda mais lenta dos preços é reflexo do "descompasso natural" entre o que é pago pelas distribuidoras às usinas e o que é cobrado dos varejistas. Mas, para Vaz, a tendência é de queda.

Apesar da redução dos preços nas usinas, abastecer o carro com álcool ainda não é vantajoso em muitos estados. O preço do frete e a elevada carga tributária tornam o álcool proibitivo no Rio Grande do Sul, Mato Grosso e algumas cidades de minas Gerais.

Para o presidente da União dos Produtores de Bioenergia (Udop), José Carlos Toledo, o crescimento das exportações refletem a disponibilidade do produto nas usinas e a queda dos preços do produto no mercado interno. Os embarques de álcool não trazem lucros expressivos às usinas. Em meados de 2006, o metro cúbico do produto estava cotado nos Estados Unidos a US$ 550 e atualmente vale em torno de US$ 440, queda em torno de 20%, em relação ao verão do Hemisfério Norte. Também os preços externos do açúcar não se recuperaram depois de um longo período de queda.

Um dos fatores que levam o mercado a se estabilizar é a perspectiva da antecipação de uma boa safra. A maioria das usinas se prepara para iniciar a moagem da cana em meados de abril, lembra o analista Julio Maria Martins Borges, da Job Economia e Planejamento. A previsão do analista é de que a safra 2007/08 será maior, em razão das boas condições de clima.

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