CI

Estoques de cooperativas brasileiras de café atingem 6 milhões de sacas


(21/03/2003 - Coffee Break) -O Conselho Nacional do Café informou os números relativos aos estoques de café das cooperativas brasileiras, no final de fevereiro. No dia 28, os armazéns das cooperativas possuíam 6.245.081 sacas, 99,34% a mais que o verificado no mesmo período do ano anterior (3.132.791 sacas). O total aferido é 10,23% menor que o registrado no final de janeiro — 6.956.929 sacas. O volume de estoques por Estado ficou dividido da seguinte forma: Bahia, 48.946 sacas; Espírito Santo, 211.814 sacas; Minas Gerais, 4.913.315 sacas; Paraná, 108.055 sacas; São Paulo, 962.951 sacas. O CNC também divulgou que o recebimento das cooperativas brasileiras, em fevereiro, chegou a 172.601 sacas. Esse volume é 36,43% superior ao verificado em fevereiro do ano passado, 126.511 sacas. O recebimento acumulado na safra é de 13.748.189 sacas, 97,73% maior que o acumulado na safra passada (6.952.820 sacas). Por unidade da federação, o recebimento do mês teve a seguinte divisão: Bahia, 518 sacas; Espírito Santo, 150 sacas; Minas Gerais, 141.604 sacas; Paraná, 5.635 sacas; São Paulo, 24.694 sacas. O Conselho ainda informou o volume de comercialização de café das cooperativas no mês de fevereiro. De acordo com a entidade, no mês 884.449 sacas foram negociadas, 55,77% a mais que o observado em fevereiro de 2002 — 567.796 sacas.

Nona alta —Os estoques de café dos Estados Unidos tiveram alta de 197.487 sacas, informou a Green Coffee Association. De acordo com a entidade, no final de fevereiro, os armazéns do país registravam um total de 6.063.376 sacas. Desse volume, 3.085.124 sacas eram de estoques certificados (aumento de 184.114 sacas) e 2.978.252 sacas de estoques não certificados (aumento de 13.373 sacas). O número revelado pela Associação está em linha com o especulado pelo mercado, que acreditava em um aumento entre 50 e 200 mil sacas nos estoques.

Diferenciação —Qualidade para o café já não basta. A conclusão é de Trygve Klingenberg, presidente da Associação Européia dos Cafés Especiais. O dirigente apontou que as tendências de aumento de consumo de cafés de alta qualidade continuam sendo mantidas na Europa, no entanto, os consumidores, notadamente os mais jovens, vêm buscando também a diferenciação do produto. Com o crescimento da transmissão de informações on-line, destacou Klingenberg, os consumidores passam a exigir cafés que também tenham certificações e procedências definidas. "A cada dia que passa o consumidor de café tem mais consciência e hoje ele não querem apenas um café de alta qualidade. Ele quer também comprar um produto de origem e saber de onde esse café vem e como foi produzido", afirmou.

PIB —O Produto Interno Bruto de Minas Gerais fechou 2002 com um crescimento de 1,45%, índice menor que o do país (1,52%). Os resultados econômicos do Estado só não foram mais desastrosos devido ao comportamento do setor agropecuário. O café teve um papel relevante nesse cenário, contribuindo com uma significativa parcela do crescimento de 21,3% do PIB do setor. De acordo com cálculos da Fundação João Pinheiro, o café mineiro apresentou um crescimento em receita, em 2002, de 48%. Alem do café, outros tipos de culturas tiveram bom desempenho em 2002, na comparação com 2001, entre eles a soja (crescimento de 40,3%), algodão (29,9%), alho (29,9%) e feijão (28%).

Volta das chuvas —As perspectivas de que Uganda teria uma quebra na safra 2002/03 foram momentaneamente afastadas com o início da temporada de chuvas no país. Desde janeiro uma forte estiagem atingia várias regiões do país e trouxe preocupação às lavouras já que o início das chuvas se dá, em geral, em fevereiro. Com a retomada das precipitações neste mês de março, as projeções efetuadas anteriormente pela Autoridade para o Desenvolvimento de Café de Uganda são mantidas. Ou seja, espera-se uma colheita de cerca de 3,5 milhões de sacas.

Vencedores —Nove dos dez melhores produtores vencedores do 12º Prêmio Brasil de Qualidade do Café para Espresso, promovido pela Illycaffè, são de Minas Gerais. Os nomes foram anunciados durante evento que ocorreu no dia 14 de março, em São Paulo. O vencedor do Prêmio deste ano foi Paulo Takano, da cidade de Patrocínio. O Estado, tradicional ganhador do prêmio, reconquista assim a hegemonia perdida no ano passado, quando os produtores paulistas obtiveram a primeira, terceira e nona posições. Neste ano, nove dos dez primeiros colocados no prêmio são de Minas Gerais — a exceção foi o sétimo lugar, conquistado pela Realeza Construções e Empreendimentos, de Luiz Carlos Queiroz, produtor da Bahia. É a primeira vez que um cafeicultor do Estado fica entre os ganhadores. De acordo com a Illy, a classificação de um café baiano comprova uma tendência anteriormente percebida pela empresa, ou seja, a excelência dos cafés finos da região colocou-a definitivamente no mapa das grandes áreas produtoras do país. Além do primeiro colocado, o cerrado mineiro mostrou sua força fazendo o sexto lugar, com o município de Carmo do Paranaíba. Mas o grande destaque foram os cafés da zona da mata mineira: nada menos do que seis entre os dez primeiros são da região, dos municípios de Araponga, Caratinga e Manhuaçu. O sul do Estado, com o município de Cristina, completa o quadro dos principais premiados. As provas para definição dos 10 primeiros classificados tiveram a participação de especialistas brasileiros e italianos, além do presidente da Illycaffè, Ernesto Illy.

Confiança na Conab —O diretor executivo da Organização Internacional do Café, Néstor Osorio, divulgou a sua carta mensal, na qual analisa o mercado de café. De acordo com o dirigente, prosseguiu, em fevereiro, a especulação sobre a safra brasileira, estimada entre 27,7 e 29,7 milhões de sacas pelo governo. Osorio aponta que visitou recentemente importantes áreas produtoras do Brasil e encontrou-se com representantes do setor cafeeiro brasileiro. Após as visitas, o líder apontou que é possível que realmente uma quebra de 40%, em relação à safra passada, deva ser verificada neste ano. O documento destaca que em fevereiro uma ligeira mudança foi verificada nos preços internacionais. A média mensal do preço composta da OIC ficou em 54,07 centavos de dólar por libra peso, contra 54,04 centavos do mês de janeiro. A média é 22,05% maior que a de fevereiro de 2002, porém, é 55,64% menor que a do mesmo mês de 1997. Os colombianos suaves fecharam fevereiro com média de 67,47 centavos de dólar por libra peso, contra 67,27 centavos de janeiro. Já os outros suaves tiveram um crescimento de 1,27%, passando de 65,57 centavos de dólar para 66,41 centavos. Os brasileiros e outros naturais fecharam fevereiro com média de 48,97 centavos de dólar, contra 49,31 centavos de janeiro, queda de 0,69%. O indicador de robusta atingiu a marca de 40,67 centavos em fevereiro, contra 41,18 centavos de janeiro, queda de 1,24%. O documento apresentado pela OIC ressalta que a disponibilidade global (produção mais estoques mundiais) foi estimada, em 28 de fevereiro, em 150,1 milhões de sacas, nível idêntico ao verificado para a safra 2000/01. A estimativa de disponibilidade total para 2002/03 é de 155 milhões de sacas. A produção de 2002/03 deverá chegar a 117,09 milhões de sacas, um aumento de 6,1% em relação ao ano safra anterior, quando 110,38 milhões de sacas foram colhidas. A produção de arábica foi estimada em 78,62 milhões de sacas, contra 72,60 milhões de sacas do ano anterior. Já a produção de robusta deverá totalizar 38,47 milhões de sacas, contra 37,77 milhões de sacas do ano de 2001/02. Néstor Osorio sustenta no documento que sua visita ao Brasil fez com que ele reafirmasse sua confiança nos números levantados pela Conab para a safra 2003 do Brasil. Segundo o dirigente, muitas empresas estariam lançando previsões e colocando a safra nacional em um patamar próximo de 35 milhões de sacas. Para Osorio, nenhuma empresa consegue ter a credibilidade da Conab para executar esse serviço, já que ela possui uma equipe ampla de técnicos e agrônomos. O presidente da OIC sustenta ainda que historicamente o Brasil, após uma grande safra, registra uma colheita modesta no ano seguinte. Assim, em 1965/66, a produção chegou a 37 milhões de sacas, sendo que no ano seguinte o total colhido foi 49% menor, ou seja, 19,8 milhões de sacas. Em 1987/88, a produção somou 43 milhões de sacas, passando para 22,9 milhões de sacas em 1988/89. Se a produção de 2003/04 ficar dentro do esperado pela Conab a redução será de 39% e se a queda ficasse em uma média de 47%, a produção cairia para 25,1 milhões de sacas. De acordo com Osorio, a expectativa é que a baixa não seja tão intensa quanto no passado, uma vez que o potencial do conillon cresceu muito.

Em destaque

*O bloco formado por Costa Rica, Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Peru, República Dominicana, México e Colômbia registrou o embarque de 2.377.998 sacas em fevereiro, informou a Anacafé (Associação Nacional de Café da Guatemala). Esse volume é 4,01% maior que o verificado em fevereiro do ano passado, 2.247.758 sacas. No acumulado da safra atual (outubro a fevereiro) os países já efetuaram a remessa de 9.969.615 sacas ao exterior, total 5,52% menor que o registrado no mesmo período da safra 2001/02 — 10.552.137 sacas.

*As indústrias de torrefação dos Estados Unidos processaram um total de 3,495 milhões de sacas em 2003, até o último dia 1º de março, informou a Coffee Publications Incorporation. O volume é 0,71% menor que o aferido no mesmo período do ano passado, quando 3,520 milhões de sacas foram processadas. Na semana encerrada em 1º de março, as torrefações do país efetuaram o processamento de 365 mil sacas.

Fonte: Coffee Break (www.coffeebreak.com.br)

Assine a nossa newsletter e receba nossas notícias e informações direto no seu email

Usamos cookies para armazenar informações sobre como você usa o site para tornar sua experiência personalizada. Leia os nossos Termos de Uso e a Privacidade.