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Estudo avalia rastreabilidade da carne no Brasil

Resultados mostram que o Brasil pode garantir uma produção livre de desmatamento


Foto: Pixabay

Um estudo feito pela Coalizão Brasil, movimento formado por mais de 200 empresas, associações empresariais, centros de pesquisa e organizações da sociedade civil avaliou a rastreabilidade na cadeia de carne bovina do Brasil. A principal conclusão é que é possível saber sim a origem da carne produzidas nos biomas Amazônia e Cerrado.

Os resultados serão apresentados nesta semana durante a Assembleia Geral da ONU e mostra que o Brasil pode garantir uma produção livre de desmatamento, principal questionamento atual. Isso é possível com um acompanhamento criterioso e integração de informações entre a Guia de Transporte Animal (GTA), o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e os respectivos mecanismos legais que permitam sua validação conjunta, e seguindo as exigências estabelecidas pelos acordos firmados no âmbito do Sistema Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia de Bovinos e Bubalinos (SISBOV) e pelos Termos de Ajuste de Conduta (TACs) entre o Ministério Público Federal (MPF) e os processadores de carne operando na Amazônia Legal.

Entre os aspectos avaliados estão o contexto da cadeia de valor da carne, uso do solo, desmatamento, valor da carne, sistemas de monitoramento, rastreabilidade, vigilância sanitária, produção sustentável e sistemas integrados. Com consumidores mais exigentes e interessados em saber a origem dos produtos, a ideia é uma produção que respeite o meio ambiente. “Assim como o agronegócio brasileiro é altamente competitivo em produtividade, somos igualmente competitivos na capacidade de produzir sem desmatamento ilegal e o que este estudo mostra é que temos como provar isso”, ressalta Marcello Brito, também co-facilitador da Coalizão Brasil.

O estudo engloba42 recomendações para fortalecimento do controle da qualidade ambiental da carne. Diversas ações já são adotadas pela indústria e produtores neste sentido como forma de agregar valor, acessar mercados consumidores exigentes e focar, ao mesmo tempo, na preservação. Além dos avanços na área tecnológica, o relatório constata o desenvolvimento de inovações capazes de garantir a disponibilidade das informações e dados necessários para permitir a melhoria dos sistemas de controle e rastreabilidade da produção. O estudo também compara os sistemas de rastreabilidade pelo mundo e sugere que “o Brasil precisa de sistemas mais robustos de rastreamento para separar as maçãs podres dos produtores sérios”.

Entre as recomendações estão três etapas de trabalho: incentivar fornecedores de animais a terem condições de atender às exigências de controle ambiental; controle da qualidade ambiental da carne poderia ser incorporado na legislação e normas do setor; a indústria, teria uma base de dados única como diretriz para o controle de fornecedores “premium”, e a obrigação contratual de que estes fornecedores usem a mesma base de dados para controlar suas compras de animais. Estas obrigações devem ter como contrapartida a premiação da qualidade ambiental da carne.

O relatório recomenda ainda consolidar o monitoramento da cadeia visando ao efetivo controle sanitário e ambiental da carne. Difusão de tecnologia, estabelecimento de metas e prazos, regularização fundiária dos produtores participantes dos projetos de integração vertical e incentivo ao acesso a programas de crédito direcionados à adoção de boas práticas agropecuárias e à Linha de Crédito do Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC).

O estudo conta com importantes entidades do agronegócio como a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), EQAO, Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Instituto Arapyaú, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), JBS, Marfrig, Partnerships for Forests - P4F, Solidaridad Network, The Nature Conservancy (TNC), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Vicente e Maciel Advogados e WWF Brasil.

O estudo pode ser visto na íntegra neste link

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