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Estudo prevê novo recorde da safra agrícola do Piauí

Piauí tem a expectativa de mais uma safra recorde


Independentemente da situação político-econômica que atravessa o País, com a estagnação de alguns setores produtivos, o Piauí avança na contramão da crise, e no setor primário já vislumbra um salto importante na produção agrícola do próximo ano, já tendo experimentado, na safra de grãos 2013/2014, uma variação positiva. Para a safra 2015/2016, a expectativa é a de que haja um aumento de 22,4%, com a produção de 3,293 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas, segundo os números do boletim de Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Esse avanço é confirmado no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) referente a março de 2015. O estudo prevê novo recorde da safra agrícola do Piauí, cujos números também constam no boletim analítico “Conjuntura Econômica Trimestral”, da Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí (Cepro). Por esse levantamento, a safra deverá atingir 3.385.710 toneladas de grãos.

Ao lançar o Plano Safra Piauí 2015-2016, o governador Wellington Dias anunciou aplicação de quase R$ 1,3 bilhão, recursos que se somam aos investimentos do Plano Agrícola e Pecuário e ao Plano Safra, lançados pelo Governo Federal e que resultaram em R$ 28,9 bilhões a serem direcionados à agricultura familiar. ”O Plano Safra é importante no sentido de tornar a produção do Piauí competitiva, gerar emprego e renda, além de estimular a produção com foco no mercado externo”, declarou o governador. Ele fez também uma referência à Assembleia Legislativa do Piauí, que aprovou o projeto de Regularização Fundiária, que garante o direito ao documento de posse das terras e as condições de segurança para o produtor. “Isso é fundamental para dar tranquilidade e para estimular quem quer produzir”, assinalou Wellington.

Sobre a safra futura, o presidente da Fundação Cepro, economista Cézar Fortes, revela que as novas estimativas de produção de grãos no Estado confirmam a crescente importância do cultivo de milho e soja em relação à produção total. As duas culturas representam 92% do volume total de grãos produzidos no Piauí.

Soja na frente

A Conab informa que a área plantada no Piauí aumentou 2,9%, ficando em 1,451,0 mil hectares contra 1.140,6 mil hectares da safra 2014-2015. A maior produção continuará sendo a da soja, cuja colheita prevista na safra 2015-2016 é de 2,060 milhões de toneladas de grãos, com um aumento de 12,4% em relação à safra de 2014-2015, quando foram colhidos 1,833 milhão de toneladas de grãos. A área plantada da safra de 2015-2016 ficou em 714,1 mil hectares contra 673,7 mil hectares, com um crescimento de 6%.

A Conab também registra que a safra de milho 2015-2016 deverá ficar em 982,2 mil toneladas de grãos, significando uma redução de 7,7% em relação à safra deste ano, quando foram colhidos 1,064 milhão de toneladas. A produção de feijão também sofrerá uma queda de 13,9%, com 66,5 mil toneladas de grãos contra a safra de 2014-2015, quando foram colhidas 77.2 mil toneladas.

Já a produção de arroz deverá ficar em 509,7 mil toneladas de grãos, representando acréscimo de 6% sobre as 496 toneladas de grãos da safra 2014-2015. Outra variação positiva é em relação à produção de algodão, que deve registrar 51,7 mil toneladas contra 50,2 mil toneladas da safra de 2014-2015, com um crescimento de 3%. Nesse item, Cézar Fortes é mais otimista e explica que existe previsão de incremento na produção de 14,8%, e na área plantada, de 17,7%, tendo em vista a retomada das áreas trabalhadas nos Cerrados piauienses.

No Brasil, a Conab estima uma produção que pode variar de 210,3 a 213,5 milhões de toneladas na safra 2015-2016. Há um aumento de 0,2 a 1,7% sobre a safra 2014/15 que chegou a 209,8 milhões de toneladas. O maior destaque neste início de pesquisa é da soja que, pela primeira vez, ultrapassa os 100 milhões de toneladas produzidas pelo País, podendo chegar a 101,9 milhões. Já a produção de milho é estimada entre 28 e 29 milhões de toneladas, registrando uma redução entre 5,8 e 8,9% em comparação à safra 2014/15, de 30,7 milhões de toneladas.

Matopiba

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pesca, vários fatores foram considerados para a delimitação territorial do Matopiba, a última fronteira agrícola em expansão do mundo. O principal deles teve como base as áreas de Cerrado existentes nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Esse bioma corresponde a 90,9% de todo Matopiba.

Segundo a ministra da Agricultura e Pesca, Kátia Abreu, tecnologias modernas de alta produtividade sustentam a expansão dessa fronteira agrícola. O principal grão destinado à exportação é a soja, mas outras culturas começam despontar na região, como o algodão e o milho. “O Ministério da Agricultura trabalha, por intermédio do plano, informação, tecnologia e qualificação para melhorar a performance do produtor rural e criar ferramentas para que ele consiga retorno financeiro”, afirma Abreu.

Entre as perspectivas favoráveis do território que compõe o Matopiba estão o clima, o perfil dos produtores e a legalidade de novas áreas a serem abertas. A projeção é que os quatro estados ampliem em 7,9% a produção de grãos na safra 2015/2016. Segundo dados do Ministério, no caso da soja, os quatro estados tiveram aumento significativo na produção da safra de 2014/2015. Citando números da Conab, o órgão aponta que, em comparação com a safra de 2013/2014, a Bahia teve crescimento de 20,3% (3,979 milhões de toneladas), o Piauí, 18,6% (1,766 milhões de toneladas), o Maranhão, 16,4% (2,123 milhões de toneladas) e o Tocantins, 13,5% (2,335 milhões de toneladas).

Pelos cálculos do Ministério da Agricultura, a produção de soja na região passou de 670 mil toneladas, em 1973, para mais de 7 milhões, em 2011. No mesmo período, a produção de grãos saltou de 2,5 milhões de toneladas para mais de 12,5 milhões. A previsão do Governo Federal é de que o total produzido de soja deverá saltar de 18.623 milhões de toneladas da safra 2013/2014 para 22.607 milhões de toneladas em 2023/2024, aumento de 21%.

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